JUSTIÇA


PF inclui Silas Malafaia em inquérito que investiga Bolsonaro por tentativa de golpe

Pastor é suspeito de obstruir investigações e coagir autoridades; ele nega e critica decisão de Alexandre de Moraes

Foto: Marcos Corrêa/PR

O pastor Silas Malafaia passou a ser investigado pela Polícia Federal (PF) no mesmo inquérito que apura a atuação do ex-presidente Jair Bolsonaro, do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do blogueiro Paulo Figueiredo. As informações foram divulgadas pelo g1, na quinta-feira (14).

Aberto em maio, o inquérito investiga ações contra autoridades, contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e contra agentes públicos, além de tentativas de obter sanções internacionais contra o Brasil. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, o objetivo dessas ações seria prejudicar o andamento do processo em que Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado. Os crimes investigados incluem coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Malafaia é apontado como organizador do ato de apoio a Jair Bolsonaro realizado em 3 de agosto, em que o ex-presidente apareceu por meio de um vídeo transmitido por redes sociais de terceiros. No dia seguinte, Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliar.

Na quinta-feira (14), em vídeo publicado nas redes sociais, o pastor voltou a defender o impeachment e a prisão de Alexandre de Moraes. Ele também afirmou que não foi notificado pela PF sobre sua inclusão no inquérito e que soube do fato pela imprensa. “Esse é o país que nós estamos vivendo, onde se vaza e você tem que se manifestar sobre o que não sabe. Isso é uma vergonha, mas só tem uma coisa boa (…). Agora, eles escolheram o cara errado, porque eu vou botar para quebrar mais ainda daqui para frente”, declarou ao Metrópoles.