ESPORTE


Fundação entra na Justiça contra a Fifa e pode mudar contratos no futebol

Ação coletiva questiona sistema de transferências e tenta garantir mais liberdade para jogadores na Europa

Foto: Joilson Marconne / CBF

 

A Players’ Justice Foundation (JfP), organização com sede na Holanda, protocolou uma ação coletiva contra a Fifa que pode provocar mudanças profundas nas relações entre jogadores e clubes. A entidade contesta o atual sistema de transferências da Fifa, alegando que ele infringe direitos trabalhistas fundamentais garantidos pelas leis da União Europeia.

O processo tem como base o caso do francês Lassana Diarra, que em 2014 rompeu contrato com o Lokomotiv Moscou por insatisfação salarial, mas acabou punido pela Fifa com multa milionária. Durante um ano, Diarra ficou sem clube, já que nenhuma equipe aceitava correr o risco de arcar com a dívida. O caso foi parar na Justiça da União Europeia, que considerou o regulamento da Fifa incompatível com o direito europeu.

Agora, a fundação quer que a decisão seja ampliada para todos os jogadores que atuaram na União Europeia ou no Reino Unido desde 2002 e que tenham sido impactados pelas regras da entidade. Estima-se que até 100 mil atletas possam ser abrangidos pela ação.

A ação é encabeçada pelo advogado Jean-Louis Dupont, o mesmo que defendeu Diarra. O sindicato global dos jogadores, FIFPro, reconheceu o direito dos atletas de recorrer à Justiça, embora ainda não tenha se posicionado sobre o mérito da ação. O caso reacende o debate sobre os limites da regulamentação esportiva e a necessidade de proteger os direitos dos atletas, mesmo em um cenário bilionário como o do futebol profissional.