ENTRETENIMENTO


Mundo Encantado da Criança vira atração gratuita para famílias no Bonfim

Espaço no Cima reúne natureza, arte e brincadeiras para todas as idades, com entrada gratuita e atividades que celebram a infância e a Mata Atlântica

Foto: Igor Santos/ Secom PMS

 

Desde o final de outubro, o Centro de Interpretação da Mata Atlântica (Cima), no Bonfim, passou a abrigar um espaço dedicado ao brincar livre e ao aprendizado lúdico: o Mundo Encantado da Criança. Aberto a crianças de todas as idades, além de familiares, cuidadores e grupos escolares, o local funciona com entrada gratuita, de quarta a sábado, das 9h às 17h; e aos domingos, das 10h às 14h, sem necessidade de agendamento. 

O projeto integra natureza, arte, cultura e educação, oferecendo experiências imersivas em uma área verde de 13,8 mil metros quadrados. Entre seus ambientes estão a Casa do Brincar, com exposição permanente de brinquedos da artista Lydia Hortélio; a bebeteca, voltada à primeira infância; jardins sensoriais; o espaço Boquinha de Brasa, para oficinas e apresentações; e a Sala Imersiva, que simula uma viagem pela Mata Atlântica. 

A proposta arquitetônica reforça a inclusão, utilizando madeira em vez de plástico, banheiros acessíveis e mobiliário adaptado à altura das crianças. Um dos pontos mais fotografados é a escadaria colorida que leva ao pavimento inferior, ilustrada com animais da Mata Atlântica, figuras do folclore e elementos da Baía de Todos-os-Santos. “A educação ambiental começa pelo encantamento e pela sensação de pertencimento”, diz a artista Miu Monteiro, que assinou a pintura ao lado de Jana Dourado. 

A bebeteca, idealizada para crianças de 0 a 3 anos, oferece mobiliário que incentiva o desenvolvimento sensório-motor. “Há espaços para se esconder, engatinhar e se reconhecer no espelho, além de livros que valorizam a criança negra e a consciência ambiental desde cedo”, afirma Marcelo Peroni, consultor de Cultura e Primeira Infância da Rede Urban95. 

A exposição de Lydia Hortélio resgata brinquedos tradicionais, como pipas, piões, carrinhos, panelas de barro e bonecas, todos acessíveis à altura das crianças. Em breve, trechos de músicas da artista poderão ser ouvidos por meio de QR Codes, permitindo que cuidadores compartilhem cantigas ligadas à natureza e ao brincar. O Cima também deverá ganhar um café. 

Ao redor do espaço, o público pode explorar viveiros e leiras com mudas nativas. Nos últimos meses, foram plantadas espécies como ipês de várias cores, sibipiruna, pau-brasil e jacarandá. 

Para a vice-prefeita e secretária de Cultura e Turismo, Ana Paula Matos, o local representa “um novo olhar de Salvador: uma cidade inclusiva, que acolhe famílias e valoriza a infância”. Já o titular da Secis, Ivan Euler, destaca que ambientes naturais fortalecem o desenvolvimento cognitivo, emocional e social. “Ao unir biodiversidade, ludicidade e educação, plantamos sementes de consciência ambiental para toda a vida”, afirma. 

Marcelo Peroni reforça que o projeto se inspira nos princípios de Lydia Hortélio, que defende o brincar em contato com a natureza. “Trazemos essa visão para o Cima, promovendo um encontro lúdico com a Mata Atlântica e a cultura da infância”, conclui.