ECONOMIA


Trump detalha motivos para retirada da tarifa extra sobre produtos brasileiros

Casa Branca cita avanço nas negociações com Brasília e pareceres técnicos que recomendaram a flexibilização

Foto: Reprodução/ Pixabay

 

O governo dos Estados Unidos detalhou os motivos que levaram à retirada da tarifa adicional de 40% aplicada a parte dos produtos brasileiros. Em documento oficial, o presidente Donald Trump afirma que a revisão só foi possível após um “progresso inicial” nas negociações com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e após receber pareceres de autoridades responsáveis por acompanhar a emergência comercial decretada anteriormente. As informações são do InfoMoney.

Relatórios técnicos enviados à Casa Branca indicaram que parte dos itens agrícolas brasileiros já não deveria permanecer sob a sobretaxa. Esses pareceres mencionam o avanço das conversas bilaterais iniciadas em 6 de outubro, quando Trump e Lula tiveram um contato por telefone. As tratativas seguem em andamento.

Com base nessas recomendações e na avaliação do estágio atual do diálogo com Brasília, Trump decidiu limitar o alcance da tarifa extra, retirando o valor adicional para parte das exportações agrícolas brasileiras e alterando o anexo tarifário da Ordem Executiva em vigor.

A mudança vale para produtos que entraram nos EUA a partir de 13 de novembro, mesma data da reunião entre o ministro Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio, que tratou sobre as tarifas.

A revisão abrange mais de 200 itens brasileiros, incluindo carne bovina e suína, café, manga, açaí, uva, castanhas, sementes, sucos, madeira, móveis e alguns produtos industriais de menor valor agregado.

Na prática, a medida devolve competitividade ao Brasil frente a outros países que também tiveram tarifas reduzidas recentemente e tende a aliviar custos e melhorar margens de exportadores no mercado americano.

O movimento também é impulsionado por fatores internos dos EUA, já que muitos dos itens atingidos compõem a cesta de importação que ajuda a conter a inflação de alimentos, tema sensível para a Casa Branca.

A decisão foi bem recebida no Brasil. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou a redução como um “avanço concreto” na reaproximação comercial entre os países. O Itamaraty afirmou ter recebido o anúncio “com satisfação” e disse que seguirá negociando para ampliar a lista de produtos beneficiados, lembrando que a flexibilização está diretamente ligada ao diálogo iniciado em 6 de outubro.