ECONOMIA


Taxa de Trump não tem explicação econômica, diz Rui ao citar histórico de superávit dos EUA

Ministro da Casa Civil voltou a classificar medida como "intromissão" do americano no julgamento de Bolsonaro

Foto: Wagner Lopes/CC

 

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta terça-feira (29) que a sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump ao Brasil não encontra qualquer respaldo econômico. Ele voltou a classificar a medida como “inacreditável”, já que os EUA têm histórico de superávit na balança comercial entre os dois países.

“Talvez seja a palavra que defina melhor o anúncio dessas taxas seja a palavra inacreditável. Por quê? Porque não tem nenhuma explicação econômica, já que os Estados Unidos estabeleceram taxas para vários países, não foi só para o Brasil. Mas com outros países do mundo eles têm déficit comercial. No caso do Brasil é o contrário”, disse o ministro.

Segundo Rui Costa, nos últimos 15 anos, os EUA tiveram um superávit de US$ 400 bilhões com o Brasil.

“Ou seja, a relação comercial com o Brasil é extremamente favorável aos Estados Unidos. Quem era para estar pensando em taxa é o Brasil, porque o Brasil, em relação aos EUA, compra mais do que vendem”, afirmou.

“Se a gente for comparar, por exemplo, com a China é o contrário. A China compra muito mais do Brasil do que o Brasil compra da China. Os Estados Unidos, não. Eles têm superávit, ganham muito dinheiro com o Brasil. Não tem nenhuma explicação econômica essa medida”, acrescentou o ministro.

Ao criticar a carta na qual Trump anunciou o tarifaço aos produtos brasileiros, Rui Costa reiterou se tratar de uma “intromissão indevida” no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa e golpe de Estado.

As declarações foram dadas durante entrevista à Rádio Serra Dourada FM, da cidade de Ipiaú.