ECONOMIA


Produção de veículos cresce 7,8% no primeiro semestre, diz Anfavea

Apesar do resultado positivo, a entidade alerta para um segundo semestre desafiador

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

A produção de veículos no Brasil cresceu 7,8% no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 1,226 milhão de unidades. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Apesar do resultado positivo, a entidade alerta para um segundo semestre desafiador, devido ao cenário econômico e à instabilidade do mercado.

As vendas internas também registraram alta: foram 1,199 milhão de unidades comercializadas entre janeiro e junho, o que representa um aumento de 4,8% em relação ao mesmo intervalo de 2024.

Já as exportações tiveram um salto de 59,8%, com 264,1 mil veículos enviados ao exterior, parte desse desempenho é atribuída à recuperação da demanda no mercado argentino.

O resultado coloca o Brasil em uma situação de maior dependência do país vizinho para manter os bons níveis de exportação, já que não houve altas relevantes no envio de veículos para outros países. No semestre, 60% dos embarques foram para a Argentina.

De acordo com a Anfavea, as importações acumuladas do primeiro semestre cresceram 15,6% e chegaram a 228,5 mil unidades.

O presidente da Anfavea, Igor Calvet, ressaltou que esse volume é equivalente ao que se produz anualmente em uma fábrica nacional de grande porte, com mais de seis mil funcionários diretos, sem levar em conta as vagas geradas na cadeia de fornecimento.

“É cada vez mais evidente que estamos recebendo um fluxo perigoso de veículos chineses para o nosso mercado, com um Imposto de Importação abaixo da média global. Não ficaremos passivos com a interrupção de um projeto de neoindustrialização do país e com o avanço de propostas, como essa de redução da alíquota para montagem de veículos semi-desmontados, que não geram valor agregado nacional e geram pouquíssimos empregos”, disse.

Junho de quedas
Em junho, a produção chegou a 200,8 mil unidades, o que representa queda de 6,5 % na comparação com maio (214,7 mil). Na comparação com junho de 2024 também houve queda, de 4,9%.

No mês passado, as vendas totalizaram 212,9 mil – 5,7% a menos do que em maio e 0,6% a menos do que em junho do ano passado.

Já as exportações chegaram a 50,7 mil no sexto mês do ano, 1,7% a menos do que o comercializado no mercado externo em maio, porém 75 % a mais do que os números de junho de 2024.

“Os números de junho nos preocupam um bocado. O dia útil a menos em relação a maio não justifica as quedas que tivemos no mês, de 6,5% na produção, 5,7% nos emplacamentos e 2,7% nas exportações, além de uma alarmante redução de mais de 600 empregos diretos nos últimos meses”, afirmou Calvet.

Com informações da Agência Brasil