ECONOMIA


Preço da gasolina cai menos que o esperado após cortes na Petrobras

ANP revela redução de R$ 0,05 por litro, enquanto Petrobras esperava R$ 0,12

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

O preço da gasolina nos postos brasileiros teve uma leve queda de R$ 0,03 por litro nesta semana, refletindo os cortes de preços promovidos pela Petrobras em suas refinarias no dia 10. No entanto, a redução acumulada desde então está aquém das expectativas da estatal. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o preço médio da gasolina nos postos foi de R$ 6,22 por litro, com uma queda total de R$ 0,05 por litro nas últimas duas semanas. A expectativa inicial era de uma redução de R$ 0,12 por litro.

Esse cenário é similar ao observado pela pesquisa Edenred Ticket Log, que registrou uma queda acumulada de R$ 0,04 por litro no mesmo período. Tanto o governo quanto a Petrobras criticam a lentidão no repasse dos cortes de preços aos consumidores. Magda Chambriard, presidente da Petrobras, chegou a incentivar os consumidores a pressionarem os donos de postos por preços mais baixos. Essa situação já ocorreu com o diesel, cujo preço demorou, mas acabou por refletir os cortes nas refinarias. Atualmente, o diesel S-10 está sendo vendido a R$ 6,02 por litro, uma redução de R$ 0,02 em comparação à semana passada.

Na última sexta-feira, as tensões geopolíticas envolvendo ataques de Israel ao Irã fizeram as cotações internacionais do petróleo dispararem. O barril de Brent, referência mundial, subiu 7% atingindo US$ 74,23. Segundo especialistas, a continuidade desse patamar está condicionada ao desenrolar do conflito. A consultoria Argus aponta que ataques à infraestrutura petrolífera da região ou bloqueios no Estreito de Ormuz poderiam elevar os preços do petróleo a três dígitos. Por outro lado, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) poderia aumentar a oferta para conter os preços.

Na abertura do mercado, antes da alta do petróleo, os preços dos combustíveis da Petrobras estavam abaixo da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). A defasagem era maior no diesel, de R$ 0,34 por litro, e de R$ 0,16 por litro na gasolina. Analistas sugerem que a estatal pode aguardar antes de reagir à alta dos preços devido às tensões geopolíticas. Essas informações foram originalmente divulgadas pela Folha de S.Paulo, que destacou a importância de um jornalismo independente e de qualidade para manter o público bem informado.