ECONOMIA


Lula diz que EUA ‘já deram golpe’ e afirma não desistir de alternativa ao dólar

Fala do petista ocorre em meio à guerra comercial após a tarifação imposta por Donald Trump às importações brasileiras

Imagem: Reprodução/YouTube/Partido dos Trabalhadores

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que os Estados Unidos já ajudaram a dar um golpe no Brasil e não vai desistir de buscar uma moeda alternativa ao dólar. A declaração foi feita no domingo (3), durante encontro nacional do PT e em meio à guerra comercial após a tarifação imposta por Donald Trump às importações brasileiras.

“Eu também não vou esquecer que eles já deram golpe aqui, ajudaram a dar golpe. Mas o que eu quero saber é daqui para frente o que eu faço? E daqui para frente eles têm que saber que nós temos o que negociar. Nós temos tamanho, temos postura, temos interesses econômicos e políticos para negociar”, discursou o presidente diante de sua militância, em Brasília.

“Eu não vou abrir mão de achar que a gente precisa procurar construir uma moeda alternativa para que a gente possa negociar com os outros países, eu não preciso ficar subordinado ao dólar. E eu não estou falando isso agora não, em 2004, nós fizemos isso com a Argentina”, disse.

Lula afirmou que o Brasil atualmente não é mais tão dependente do país norte-americano e, por isso, se diz “mais tranquilo”. O petista repetiu que o Brasil tem seus próprios interesses políticos e econômicos e que está disposto a negociar com os EUA, mas sem parecer uma “republiqueta”.

“Nós queremos ser respeitados pelo nosso tamanho. Nós temos interesses econômicos, estratégicos, nós queremos crescer e nós não somos uma republiqueta. Tentar colocar um assunto político para nos taxar economicamente é inaceitável”, acrescentou.

Segundo Lula, o governo trabalha para ajudar as empresas afetadas pelo tarifaço de 50% aos produtos brasileiros e que, quando os EUA quiserem negociar, as propostas “estão na mesa”.

Em outro momento de sua fala, o petista afirmou que evita fazer críticas mais duras a Trump por questões estratégicas. Segundo ele, é preciso ter cautela nas relações com o governo norte-americano.

“Nessa briga que a gente está fazendo agora com a taxação dos Estados Unidos, eu tenho um limite de briga com o governo norte-americano. Eu não posso falar tudo o que acho que devo falar. Eu tenho que falar o que é possível falar.”