ECONOMIA


Inflação no Brasil ultrapassa teto da meta novamente

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo registrou uma inflação acumulada de 5,35% em 12 meses, excedendo o limite por seis meses consecutivos

Imagem: Reprodução/Redes sociais

 

O Brasil ultrapassou o teto da meta de inflação pela primeira vez desde a mudança na forma de apuração do resultado acumulado, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa alteração, introduzida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2023, prevê uma meta de inflação de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual, estabelecendo um teto de 4,5%. No entanto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma inflação acumulada de 5,35% em 12 meses, excedendo o limite por seis meses consecutivos.

Até 2024, o regime de metas de inflação considerava apenas o resultado anual, de janeiro a dezembro. Contudo, a partir de 2025, a meta passou a ser apurada de maneira contínua, como em alguns exemplos internacionais, permitindo que a avaliação ocorra ao longo do tempo. Essa mudança visa evitar o descumprimento da meta em caso de oscilações temporárias, como variações nos preços de alimentos ou petróleo. De acordo com o Banco Central (BC), essa abordagem traz mais previsibilidade e segurança para o planejamento econômico de famílias, empresas e governo.

Ao longo dos anos, o Brasil já enfrentou situações de estouro da meta de inflação em diversas ocasiões, como em 2001, 2002, 2003, 2015, 2017, 2021, 2022 e 2024. Entre esses episódios, apenas em 2017 a inflação ficou abaixo do piso. A maior alta foi registrada em 2002, quando o IPCA alcançou 12,53%. Em resposta a essas situações, o presidente do BC é obrigado a enviar uma carta aberta ao ministro da Fazenda, explicando as causas do descumprimento e as medidas para trazer a inflação de volta aos limites estabelecidos.

A principal ferramenta do BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano. Essa taxa influencia o custo dos empréstimos e, consequentemente, a atividade econômica. Apesar de frear o aumento dos preços, uma Selic elevada também pode desencorajar investimentos e a criação de empregos. Gabriel Galípolo, presidente do BC, afirmou que a Selic deve permanecer alta por um período prolongado para garantir que a inflação retorne aos parâmetros desejados. Conforme noticiado pela Agência Brasil, essa estratégia busca equilibrar o desafio de conter a inflação sem comprometer o crescimento econômico.