ECONOMIA


Indústria madeireira tem férias coletivas e demissões devido a tarifaço de Trump

Mercado americano é considerado estratégico para o setor, segundo associação brasileira

Foto: Portal da Indústria/Divulgação

 

A indústria de madeira processada no Brasil já deu início a férias coletivas de funcionários e registra demissões devido ao tarifaço que deve entrar em vigor nesta sexta-feira (1º), conforme prometido por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

Exportações para o mercado americano foram paralisadas antes mesmo de o plano de Trump entrar em vigor, levando a um temor de colapso do setor, segundo a Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente) informou ao jornal Folha de S. Paulo.

Segundo a entidade, uma sobretaxa de 50% para as exportações brasileiras, como sinalizado inicialmente por Trump, deixaria o setor de madeira “fora de jogo” junto aos americanos.

O mercado americano é considerado estratégico para o setor. Conforme a Abimci, a indústria de madeira tem cerca de 180 mil empregos diretos no Brasil e uma média de 50% da produção destinada aos Estados Unidos. Há casos em que o percentual chega a 100%, de acordo com a associação.

O Brasil vende para os americanos madeiras usadas principalmente na construção de casas. A produção no país se concentra especialmente no Sul, com cerca de 90% da capacidade instalada nessa região.

Por ora, pelo menos uma indústria confirmou cortes devido à insegurança gerada pela promessa de tarifaço. Trata-se da Sudati, que produz compensados de madeira e MDF no Paraná e em Santa Catarina.

A empresa anunciou uma “redução pontual” de cerca de cem funcionários em seu quadro, que conta com aproximadamente 2.800 trabalhadores.