ECONOMIA


Impulsionada por juros, dívida pública do Brasil ultrapassa R$ 7,6 trilhões

Aumento significativo no endividamento federal é impulsionado pela alta da Taxa Selic e pela emissão de títulos

Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

A dívida pública federal do Brasil atingiu um novo marco histórico ao superar R$ 7,6 trilhões, um aumento de 1,44% em relação ao mês anterior, segundo dados do Tesouro Nacional. Em abril, a dívida passou de R$ 7,508 trilhões para R$ 7,617 trilhões, impulsionada principalmente pelos juros elevados. Este aumento significativo ocorre apesar de a dívida ainda estar abaixo das projeções do Plano Anual de Financiamento (PAF), que prevê um estoque entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões até 2025.

A dívida pública mobiliária interna, que inclui títulos emitidos no mercado interno, registrou um aumento de 1,55%, subindo para R$ 7,31 trilhões. Em abril, o governo emitiu R$ 41,42 bilhões a mais em títulos do que resgatou, com destaque para os papéis atrelados a índices de preços. A apropriação de R$ 70,3 bilhões em juros também contribuiu para a elevação do endividamento. A alta da Taxa Selic, atualmente em 14,75% ao ano, pressiona ainda mais a dívida, já que os juros são incorporados mensalmente ao estoque da dívida pública.

No que diz respeito à dívida pública externa, houve uma redução de 1,1%, influenciada pela queda de 1,42% do dólar. O colchão da dívida pública, uma reserva financeira usada em momentos de instabilidade, aumentou de R$ 869 bilhões para R$ 904 bilhões, garantindo uma cobertura de 8,57 meses de vencimentos da dívida. A composição da dívida também mudou, com uma redução na fatia de papéis prefixados e um aumento naqueles atrelados à Selic, refletindo o interesse dos investidores nas altas recentes da taxa de juros.

As instituições financeiras continuam sendo as principais detentoras da dívida interna, seguidas pelos fundos de pensão e de investimento. A participação de investidores estrangeiros subiu levemente, apesar das incertezas no mercado internacional. A Agência Brasil destaca que a dívida pública é uma forma do governo captar recursos para honrar compromissos financeiros, prometendo devolver o valor com correção, que pode estar atrelada à Selic, inflação, dólar ou ser prefixada. Essa dinâmica é essencial para o funcionamento da economia, mas requer uma gestão cuidadosa para evitar riscos excessivos ao equilíbrio fiscal.