ECONOMIA


Galípolo defende juros a 15% e atribui patamar à inflação acima da meta

Presidente do Banco Central diz que obrigação legal é perseguir meta de 3% e reforça que a Selic é o único instrumento disponível para conter preços

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

 

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira (25), durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que a manutenção da taxa básica de juros em 15% ao ano decorre do fato de a inflação seguir acima da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo ele, desde o início do seu mandato, o índice não ficou dentro do intervalo permitido em nenhum mês.

Galípolo respondeu a críticas sobre as decisões recentes do Comitê de Política Monetária (Copom), alvo de pressão dentro do governo e de comentários públicos do ex-presidente do BC Roberto Campos Neto. “A meta não é 4,5%, é 3%. Quando olho para as projeções futuras, vejo no Focus que o BC não vai conseguir cumprir a meta durante todo meu mandato”, declarou.

O presidente do BC reiterou que a instituição dispõe apenas da Selic como instrumento para tentar conter o avanço dos preços. “A determinação legal é uma meta de 3%. O instrumento é a taxa de juros, e o BC tem de usar a taxa de juros para perseguir a meta de inflação”, disse.

Ele destacou que o IPCA permanece acima do teto da meta há mais de um ano, apesar do recuo observado em 2024. A inflação acumulada em 12 meses caiu de 5,53% em abril para 4,68% em outubro, movimento influenciado pelo ciclo de altas iniciado em setembro do ano passado. As projeções mais recentes do Boletim Focus também passaram a indicar inflação dentro da faixa de tolerância em 2025.