ECONOMIA


Exportações da Bahia caem 35,6% em agosto com impacto da sobretaxa dos EUA

Indústria de transformação foi a mais afetada, enquanto importações bateram recorde no mês

Foto: Jean Vagner/Ascom SEI

 

As exportações da Bahia despencaram 35,6% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2024. O recuo foi puxado pela queda no volume embarcado, que caiu 34,1%, e pela desvalorização de 2,3% nos preços médios dos produtos, segundo dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).

A indústria de transformação foi a mais atingida, com redução de 63,6% no volume exportado e 66,3% no valor. Já a indústria extrativa teve queda de 33,7% no volume, mas registrou valorização de 16,3% nos preços, impulsionada pela alta de 36% na cotação do ouro no mercado internacional. Na agropecuária, a queda foi de 7,5% no volume e 15,4% no valor.

Entre os setores mais afetados estão soja e derivados (-12%), derivados de petróleo (-95,7%), papel e celulose (-28,7%) e produtos químicos (-17,4%). Em agosto, as exportações para os Estados Unidos caíram 11,6%, passando de US$ 72,5 milhões em 2024 para US$ 64,1 milhões neste ano. Apesar disso, o volume exportado subiu 16,5%.

A sobretaxa de 50%, em vigor desde 6 de agosto, fez com que algumas empresas antecipassem embarques. Produtos como celulose (+126,6%), frutas (+90,8%) e café (+177,6%) tiveram aumento no volume enviado. Por outro lado, os preços médios caíram 24,1%, com destaque para a celulose (-33,7%) e frutas (-28,7%). Produtos como cacau (-66,5%), petróleo (-80,6%) e calçados (-44%) registraram queda no volume exportado.

As importações atingiram US$ 1,12 bilhão em agosto, o maior valor do ano, com alta de 48,4% na comparação anual. O crescimento foi impulsionado principalmente pelas compras de combustíveis (+150%) e bens de capital (+68,1%). Apesar disso, houve queda de 16,8% nas importações de insumos industriais, sinalizando efeitos dos juros altos sobre a produção.

No acumulado de 2025, a Bahia exportou US$ 7,25 bilhões, queda de 4,9% ante o mesmo período de 2024. As importações somaram US$ 6,40 bilhões, recuo de 12,2%. O saldo comercial do estado ficou positivo em US$ 843,7 milhões, alta de 160,3% em relação ao ano passado. Já a corrente de comércio, que soma exportações e importações, caiu 8,5%, chegando a US$ 13,65 bilhões.