ECONOMIA


Exportações baianas têm queda de 1,4% no primeiro semestre

Balança comercial registra no período soma US$ 5,3 bilhões

Foto: Jean Vagner/SEI

As exportações da Bahia totalizaram US$ 5,30 bilhões no primeiro semestre de 2025, uma redução de 1,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan), o recuo está relacionado à queda dos preços internacionais das principais commodities exportadas pelo estado, com exceção do café e dos derivados de cacau. Apesar da queda nos preços, o volume embarcado aumentou 3,7%, o que evitou uma retração mais acentuada dos valores exportados.

Os preços dos produtos mais relevantes da pauta de exportação baiana recuaram, em média, 4,9% na comparação com 2024. Já as importações somaram US$ 4,53 bilhões, com uma queda de 19,4%, impulsionada principalmente pela desaceleração da atividade econômica. O volume importado recuou 24,7%, enquanto os preços subiram 7%.

Em junho, as vendas externas baianas totalizaram US$ 800,9 milhões, uma queda de 21% na comparação anual. Os maiores recuos ocorreram nos segmentos de derivados de petróleo (-89%), produtos químicos (-12,6%), papel e celulose (-11,5%) e derivados de cacau (-25,3%).

No semestre, o desempenho negativo foi puxado pela indústria de transformação, que apresentou retração de 11,8%. Os setores mais afetados foram o de refino de petróleo (-24,8%), produtos químicos (-26,3%), papel e celulose (-3,4%) e metalurgia (-2,2%).

Por outro lado, as exportações do setor agropecuário cresceram 10,3%, impulsionadas por algodão, café e derivados de cacau. A indústria extrativa também registrou alta de 7,8%, puxada pela valorização do ouro.

A China se manteve como o principal destino das exportações baianas, com participação de 23,6% no total, embora tenha registrado queda de 7,7% no valor exportado. O volume, no entanto, subiu 4,4%. As vendas para os Estados Unidos caíram 1,2%, com déficit acumulado de US$ 774,5 milhões no semestre. Já as exportações para a América do Sul cresceram 24,7%, com destaque para a Argentina, que aumentou as compras da Bahia em 20%, beneficiada pela valorização do cacau e pela demanda por pneumáticos e óleo diesel.

No que diz respeito às importações, o principal destaque foi o aumento de 80,6% nas compras de bens de capital, totalizando US$ 415,1 milhões, resultado da instalação de novos empreendimentos no estado, principalmente nos setores de energia renovável e indústria automotiva.

Com isso, a Bahia fechou o semestre com um superávit comercial de US$ 770,4 milhões, revertendo o déficit de US$ 249,5 milhões registrado no mesmo período do ano passado. A corrente de comércio (soma de exportações e importações) alcançou US$ 9,83 bilhões, uma retração de 10,6% em relação ao primeiro semestre de 2024.