ECONOMIA


EUA miram Pix e acusam Brasil de prática comercial desleal

Investigação norte-americana cita sistema de pagamentos como ameaça à competitividade de empresas dos EUA

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

 

O governo dos Estados Unidos abriu uma investigação comercial contra o Brasil e colocou o Pix, sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central, entre os alvos principais da medida. O relatório foi divulgado nesta terça-feira (15) pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), com base na chamada Seção 301.

Segundo o documento, o Brasil estaria favorecendo serviços de pagamento eletrônico criados pelo próprio governo — como o Pix — de forma a prejudicar a competitividade de empresas americanas que atuam no setor digital e de pagamentos. A investigação também envolve restrições à transferência de dados pessoais, barreiras tarifárias e alegações de falhas na proteção de propriedade intelectual.

O relatório afirma que “os serviços de pagamento eletrônico no Brasil parecem se engajar em uma série de práticas desleais, que podem prejudicar a atuação de empresas dos EUA”. A crítica ocorre em meio à crescente popularidade do Pix, que desde seu lançamento em 2020 se tornou o meio de pagamento mais usado no país, superando TED, cartão de débito e de crédito.

Além do Pix, o documento americano também menciona a pirataria na região da rua 25 de Março, em São Paulo, a elevação de tarifas sobre o etanol dos EUA e o suposto enfraquecimento das leis anticorrupção e ambientais no Brasil como fatores que impactariam os interesses comerciais americanos.