ECONOMIA


Dólar fecha estável com juros nos EUA e Ibovespa encerra o dia em alta

Mercados ensaiam recuperação após sessões de forte volatilidade influenciadas por pesquisas eleitorais no Brasil

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

O dólar teve variação quase nula frente ao real nesta quinta-feira (18), com leve alta de 0,01%, sendo negociado a R$ 5,52. A oscilação mínima indicou estabilidade da moeda norte-americana ao longo do pregão. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira (B3), encerrou o dia em alta de 0,38%, aos 157.925,39 pontos.

Com o desempenho desta sessão, tanto o mercado de câmbio quanto o de ações apresentaram uma recuperação parcial em relação aos últimos dias. Ao longo da semana, o dólar acumulou altas expressivas, enquanto o Ibovespa sofreu quedas acentuadas, movimento atribuído à repercussão de pesquisas eleitorais que apontaram dificuldades para candidatos de centro-direita e da direita na disputa presidencial de 2026.

Segundo o especialista em investimentos da Nomad, Bruno Shahini, o pregão desta quinta-feira também foi marcado por volatilidade nos ativos domésticos, com avanço do dólar e dos juros futuros ao longo do dia. “No entanto, o sentimento do mercado mudou no início da tarde, depois da divulgação de noticiário político, que trouxe algum alívio às expectativas eleitorais”, diz.

Ele observa que a “leitura de que a pré-candidatura presidencial ainda está em aberto” favoreceu uma melhora marginal do humor dos agentes econômicos, “permitindo recuperação do Ibovespa em direção às máximas do dia, enquanto câmbio e curva de juros passaram a devolver ganhos”.

Lula, Flávio e Tarcísio
Nicolas Gass, sócio da GT Capital, acrescenta que, sobre a questão política, o mercado acompanhou durante o pregão as manifestações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), “sinalizando apoio ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o que imediatamente chamou a atenção dos investidores”.

O analista cita ainda uma pesquisa da Atlas Intel mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria em todos os cenários simulados, inclusive em um eventual confronto com Tarcísio. Para Gass, “esse desenho eleitoral” provoca volatilidade nos ativos, pois “uma eventual reeleição de Lula não seria bem recebida pelo mercado”.

“Mas vale destacar que, em um eventual segundo turno contra Tarcísio, a diferença para Lula seria de apenas 4 pontos percentuais, o que adiciona ainda mais incerteza ao ambiente”, afirma Gass. “Foi, essencialmente, esse fator político que ditou o comportamento dos preços hoje no mercado brasileiro.”

Juros nos EUA
Shahini, porém, observa que dados sobre a inflação divulgados nos Estados Unidos reforçaram o viés de desinflação no país e mantiveram vivas as apostas em um novo corte de juros em janeiro. “O CPI (o índice de inflação ao consumidor) anual ficou em 2,7%, abaixo do esperado, com o núcleo em 2,6%, também aquém das projeções”, afirma o analista. “A surpresa foi bem recebida pelos investidores e levou a uma sessão de alta nos principais índices acionários dos EUA.”

Com informações do Metrópoles