ECONOMIA


Desemprego registra o menor nível da série histórica para o trimestre encerrado em maio

Número de trabalhadores com carteira atinge recorde, diz IBGE

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

 

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio de 2025, menor patamar já registrado para o período desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), iniciada em 2012. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice também se aproxima do menor já apurado em toda a série, de 6,1%, verificado no trimestre encerrado em novembro de 2024.

A queda representa uma redução significativa em relação ao trimestre anterior, quando a taxa era de 6,8%, e também ante o mesmo período de 2024, que fechou com 7,1%. Com isso, o número de pessoas desocupadas chegou a 6,8 milhões, uma queda de 12,3% (menos 955 mil pessoas) na comparação anual.

O número de ocupados alcançou 103,9 milhões, e o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado bateu recorde: 39,8 milhões, um avanço de 3,7% em relação ao mesmo trimestre de 2024. A informalidade também recuou e ficou em 37,8%, com 39,3 milhões de pessoas nessa condição. O número de trabalhadores por conta própria também atingiu o maior nível já registrado: 26,1 milhões, dos quais 26,9% são formalizados com CNPJ.

Segundo o analista do IBGE William Kratochwill, os números indicam um mercado de trabalho aquecido e resistente, mesmo com a política monetária contracionista em vigor. Desde setembro de 2024, o Banco Central mantém a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, como tentativa de conter a inflação acumulada em 12 meses, que está em 5,32%, acima da meta de 3% com tolerância de até 4,5%.

O número de desalentados, pessoas que desistiram de procurar emprego, caiu para 2,89 milhões, o menor desde 2016. A explicação, segundo Kratochwill, está na percepção de melhoria do mercado de trabalho e no aumento de oportunidades.

Entre os setores pesquisados, apenas o de administração pública, educação, saúde e serviços sociais registrou alta de ocupação (+3,7% ante o trimestre anterior), o que o IBGE atribui ao início do ano letivo e à contratação de professores e profissionais de apoio.

O rendimento médio real habitual do trabalhador foi de R$ 3.457, também o maior da série histórica para o trimestre, com alta de 3,1% em relação ao mesmo período de 2024. Já a massa de rendimentos atingiu R$ 354,6 bilhões, recorde absoluto. O número de contribuintes da Previdência também chegou ao maior nível já registrado: 68,3 milhões de pessoas.