ECONOMIA


Copom mantém Selic em 15% ao ano diante de incertezas e inflação em desaceleração

Decisão unânime já era esperada pelo mercado financeiro

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (10), manter a taxa Selic em 15% ao ano. A decisão, tomada por unanimidade, já era esperada pelo mercado financeiro e ocorre em meio ao recuo da inflação e ao ritmo mais lento da atividade econômica.

No comunicado divulgado após a reunião, o colegiado afirmou que o atual cenário econômico segue marcado por elevada incerteza, o que justifica uma postura mais cautelosa na condução da política monetária. O Copom reiterou que a estratégia do Banco Central é manter os juros no patamar atual por um período prolongado e que futuros ajustes dependerão da evolução dos indicadores.

Segundo o texto, “a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta”. O comitê também destacou que permanece vigilante e que pode retomar o ciclo de aperto monetário, caso considere necessário.

Esta é a quarta reunião seguida em que a Selic é mantida em 15% ao ano, nível mais alto desde julho de 2006. A taxa chegou a esse patamar em junho e permanece estável desde então, após um ciclo de alta iniciado em setembro de 2024, quando os juros começaram a subir a partir de 10,5% ao ano, registrados em maio do mesmo ano.

Inflação
A manutenção dos juros ocorre no momento em que a inflação segue desacelerando. Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,18%, o menor resultado para o mês desde 2018. No acumulado de 12 meses, o índice avançou 4,46%, voltando a ficar dentro do limite superior da meta contínua.

Pelo modelo vigente desde janeiro, a meta de inflação é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Com isso, o intervalo permitido varia entre 1,5% e 4,5%. No sistema contínuo, a meta é avaliada mês a mês, considerando sempre os 12 meses anteriores.

No último Relatório de Política Monetária, divulgado em setembro, o Banco Central revisou a projeção de inflação para 2025 para 4,8%, mas novas estimativas serão apresentadas no documento previsto para o fim de dezembro. As expectativas do mercado são um pouco mais favoráveis: o boletim Focus aponta que o IPCA deve fechar 2025 em 4,4%, levemente acima do teto da meta e abaixo das projeções feitas há um mês, que estavam em 4,55%.

Com informações da Agência Brasil