ECONOMIA


Contas do governo registraram déficit de R$ 44,2 bilhões em junho

Apesar de aumento nas receitas, despesas previdenciárias e compensações tributárias pesaram no resultado

Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

As contas do governo central do Brasil, que englobam o Tesouro Nacional, Banco Central e a Previdência Social, fecharam junho de 2025 com um déficit de R$ 44,2 bilhões. Este valor representa um aumento de 8,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo o quarto pior resultado da série histórica, já ajustado pela inflação. Esta informação foi divulgada pelo Tesouro Nacional e reportada pela Folha de S.Paulo.

Apesar de uma expansão real de 2,1% nas receitas, que somaram R$ 218,4 bilhões, o resultado negativo se manteve. Destaques incluem o aumento na arrecadação do Imposto de Renda, que trouxe mais R$ 4,6 bilhões, e do IOF, com um incremento de R$ 2,3 bilhões. No entanto, o crescimento das receitas foi ofuscado por uma maior repartição com estados e municípios, levando a uma queda de 0,1% na receita líquida, que alcançou R$ 169 bilhões.

Além disso, o resultado foi impactado por uma maior compensação tributária no Cofins e uma redução de 68% nos dividendos recebidos, principalmente da Petrobras e do Banco do Brasil. As despesas do governo também cresceram 1,6%, totalizando R$ 213,3 bilhões. Este aumento foi impulsionado principalmente pelos Benefícios Previdenciários, que subiram R$ 5,7 bilhões, devido ao reajuste do salário mínimo e ao aumento no número de beneficiários. Outros aumentos foram observados no BPC e no Abono e Seguro Desemprego.

Em contrapartida, as despesas discricionárias, principalmente nas áreas de Saúde e Educação, sofreram cortes significativos. Houve uma retração de R$ 7,7 bilhões nessas áreas, além de uma diminuição em Créditos Extraordinários, justificada pela ausência de calamidades como a que ocorreu no Rio Grande do Sul em junho de 2024. Apesar do cenário desafiador, no acumulado do ano, o déficit teve uma redução significativa, passando de R$ 67,4 bilhões em 2024 para R$ 11,5 bilhões em 2025.