ECONOMIA


CNI critica aumento de impostos sobre setor produtivo e defende justiça tributária

Entidade propõe taxação de apostas virtuais e reformas estruturais para aliviar economia

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestou, nesta terça-feira (10), sua preocupação com o impacto negativo de novos impostos sobre o setor produtivo brasileiro. Em nota, a entidade defendeu a taxação sobre empresas de apostas virtuais, além de reformas administrativas e a contenção de gastos públicos. No entanto, criticou o fim da isenção para Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA).

Outro ponto de contestação foi a proposta de elevar as alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de fintechs de 9% para 15%. A CNI argumenta que tal medida pode dificultar ainda mais o acesso ao crédito, especialmente em um cenário de juros elevados. Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, “o setor produtivo já está sufocado por juros abusivos e spreads bancários distorcidos. Agora, o crédito vai ficar ainda mais caro. No fim das contas, quem vai arcar com isso é o consumidor. É inadmissível continuar prorrogando essa situação. O Brasil precisa, com urgência, de uma reforma que traga justiça tributária de verdade”.

A Agência Brasil informou que a CNI, juntamente com outras confederações, como a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e a Confederação Nacional do Comércio (CNC), entregou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Paris, propostas para promover o equilíbrio fiscal. Essas ações visam mitigar os efeitos negativos do aumento de impostos e buscar um ambiente econômico mais justo e competitivo.

A CNI destacou ainda que o aumento de tributos chega em um momento crítico para a indústria, que já enfrenta desafios devido à alta dos juros e ao aumento das importações. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, apesar do crescimento de 1,4% do PIB, a indústria foi o único setor a encolher no último trimestre, registrando uma queda de 0,1%.