CEOs evitam citar tarifas de Trump para não sofrer retaliação
Com imposto de 30% sobre produtos chineses, as empresas se veem obrigadas a justificar aos investidores os crescentes custos

Imagem: Reprodução/Pixabay
Nos Estados Unidos, o clima de tensão cresce nas grandes corporações conforme as tarifas impostas pela administração Trump afetam os negócios. Com um imposto de 30% sobre produtos chineses, as empresas se veem obrigadas a justificar aos investidores os crescentes custos e, consequentemente, o aumento dos preços. No entanto, o presidente Donald Trump insiste que são os países exportadores, e não os consumidores, que arcam com os custos, criando um ambiente de cautela para os CEOs.
Desde o início de seu mandato, Trump tornou-se conhecido por criticar publicamente empresas e líderes que se opõem à sua política econômica. Essa postura gerou um clima de receio entre os executivos, que adotam um tom cada vez mais cuidadoso em suas comunicações, especialmente nas tradicionais teleconferências de resultados. Segundo a Folha de S.Paulo, consultores de comunicação orientam os CEOs a serem vagos sobre os impactos das tarifas, evitando críticas diretas ao governo.
Empresas como Mattel, Ford e Amazon têm enfrentado a ira do presidente. Recentemente, o CEO do Walmart, Doug McMillon, agradeceu pela redução das tarifas, mas admitiu que a empresa não conseguiria absorver toda a pressão, o que resultou em um aumento de preços. A resposta de Trump veio rapidamente em sua rede social, alertando o Walmart a não culpar as tarifas pelo aumento de preços e prometendo monitorar a situação de perto.
Especialistas acreditam que os CEOs devem falar abertamente sobre o impacto das tarifas, pois isso afeta os negócios de maneira significativa. Entretanto, a estratégia de suavizar o discurso para não desagradar à Casa Branca pode comprometer a transparência das empresas. Jeffrey Sonnenfeld, professor da Yale School of Management, sugere que grupos empresariais se posicionem com base em fatos para influenciar a política de forma eficaz, evitando confrontos diretos que possam prejudicar os negócios.