ECONOMIA


Campos Neto: ‘Fintechs pagam mais imposto que bancos’

Diretor global de políticas públicas do Nubank defende igualdade tributária no setor financeiro em meio a discussões sobre aumento de impostos

Foto: Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados

 

O debate sobre a tributação das fintechs no Brasil vem ganhando destaque. Roberto Campos Neto, vice-chairman e diretor global de políticas públicas do Nubank, argumentou que as fintechs já pagam uma taxa efetiva de impostos maior do que os grandes bancos. Em um videocast do Nubank, divulgado pela Folha de S.Paulo, Campos Neto afirmou que é um mito que fintechs pagam menos impostos. Ele propõe uma uniformização das taxas efetivas para todo o setor financeiro como solução.

O papel das fintechs na inclusão financeira e na inovação também foi destacado pelo executivo. Segundo Campos Neto, estas empresas contribuíram significativamente para a bancarização de quase 20% da população brasileira, além de reduzir taxas e promover educação financeira. Esse ponto ressalta a importância das fintechs na modernização do sistema financeiro brasileiro.

A discussão sobre o aumento da alíquota da CSLL (Contribuição Social Sobre Lucro Líquido) para instituições financeiras foi intensificada após a derrubada da MP 1.303 pela Câmara dos Deputados. A medida visava aumentar a alíquota de 9% para 15% para instituições de pagamento e de 15% para 20% para financeiras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reabriu o debate ao afirmar a necessidade de equalizar a tributação entre fintechs e grandes bancos.

Dados da associação Zetta mostram que grandes fintechs pagam efetivamente 29,7% em impostos, enquanto grandes bancos pagam 12,2%. A Febraban defende que todas as instituições financeiras sejam submetidas à mesma alíquota nominal. Este cenário evidencia a complexidade do debate tributário no setor financeiro brasileiro e a necessidade de uma solução que contemple inovação e justiça fiscal.