ECONOMIA


Café do Vietnã sem tarifa nos EUA ameaça espaço do Brasil no mercado americano

A possível isenção da tarifa sobre o café vietnamita torna o produto mais competitivo, pressionando o Brasil a buscar estratégias para manter sua participação nas exportações.

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

 

O café do Vietnã pode ganhar terreno nos Estados Unidos caso seja isento da tarifa de 20% atualmente aplicada, tornando o grão mais barato e competitivo, especialmente no segmento de blends, usado para complementar o café arábica brasileiro. Com isso, o Brasil, que detém cerca de 30% do market share norte-americano, corre risco de perder espaço para o Vietnã, maior produtor de robusta.

A diferença de preços entre o robusta vietnamita e o conilon brasileiro tende a aumentar com a redução da tarifa, agravando o impacto sobre a competitividade do café nacional. O conilon brasileiro já sofre com estoques baixos e uma safra de arábica estimada em 36,5 milhões de sacas, abaixo do potencial do país, o que limita sua capacidade de reação.

Apesar disso, os EUA seguem como o principal comprador do café brasileiro, com 4,361 milhões de sacas importadas de janeiro a setembro de 2025. No entanto, a queda de 46% nas exportações em agosto em comparação ao mesmo período de 2024 mostra que o Brasil já enfrenta concorrência crescente de Vietnã e Colômbia.

O setor cafeeiro brasileiro negocia com o governo americano para excluir o produto da lista de tarifas de 50%, argumentando que o café é um produto natural não produzido nos EUA e que sua importação gera significativa riqueza para a economia americana.