ECONOMIA


Bitcoin vive maior queda desde colapso da FTX

Criptomoeda perde força, enfrenta saques e atravessa mês mais duro em três anos

Foto: Reprodução/ Freepik

 

O bitcoin caminha para registrar o pior mês desde a quebra da FTX, após uma sequência de quedas acentuadas que surpreendeu até analistas experientes do mercado cripto. Nesta sexta-feira (21), a moeda digital atingiu mínima próxima de US$ 80,5 mil, acumulando uma perda de cerca de US$ 500 bilhões em valor de mercado.

A correção ainda não tem um gatilho claro, mas o movimento foi acelerado por saques em massa nos novos ETFs atrelados ao bitcoin. Somente em novembro, investidores retiraram bilhões de dólares desses fundos, que agora incluem gestores tradicionais, fundos universitários e grandes hedge funds.

Essas saídas aumentaram a pressão sobre o mercado, que há anos não convivia com tamanha participação institucional.
Outro fator decisivo foi o flash crash de 10 de outubro, quando US$ 19 bilhões em posições foram liquidados em poucas horas, expondo problemas antigos do setor: baixa liquidez nos fins de semana e excesso de alavancagem em algumas corretoras. A queda tirou o bitcoin do recorde de US$ 126 mil registrado dias antes.

Desde então, a liquidez permanece frágil. Market makers enfraquecidos não têm sustentado os preços, e apenas na sexta-feira cerca de US$ 1,6 bilhão em posições alavancadas foram zeradas. O movimento também fez o bitcoin se afastar da imagem de “ouro digital”, voltando a se comportar como um ativo de risco, reagindo rapidamente à volatilidade das ações de tecnologia.

Com o recuo, boa parte da alta pós-eleição de Donald Trump desapareceu, e investidores agora enfrentam um teste de estresse que não era visto desde os grandes colapsos de 2022.