ECONOMIA


BC rejeita compra do Master pelo estatal BRB em negócio avaliado em R$ 2 bi

Análise iniciada em março era último passo regulatório necessário para operação

Fotomontagem: Divulgação

 

O Banco Central (BC) rejeitou a aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), em decisão comunicada na noite desta quarta-feira (3). Em análise desde março, a operação era a última etapa regulatória para a concretização do negócio avaliado em R$ 2 bilhões.

Em fato relevante, o BRB informou que solicitou acesso à íntegra da decisão do BC para avaliar seus fundamentos e possíveis alternativas. “O BRB reitera seu posicionamento de que a transação representa uma oportunidade estratégica com potencial de geração de valor para o BRB, seus clientes, o Distrito Federal e o Sistema Financeiro Nacional”, declarou a instituição.

O veto ocorre pouco mais de dez dias após o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, sancionar uma lei distrital que autorizava o BRB a adquirir 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master. Desde o anúncio da negociação, em março, as ações do BRB acumularam alta de cerca de 23% na Bolsa de Valores (B3).

O negócio, no entanto, já era considerado polêmico. O Banco Master é conhecido por adotar política agressiva de captação, oferecendo até 140% do CDI em seus papéis, bem acima da média de 110% a 120% entre bancos menores. A instituição também enfrenta desconfiança no mercado, especialmente após a falta de divulgação de seu balanço de 2024 e a tentativa frustrada de captar recursos no exterior por meio de títulos em dólares.

Operações envolvendo precatórios aumentaram as dúvidas sobre a saúde financeira do banco. Recentemente, o BTG Pactual chegou a oferecer apenas R$ 1 pelo controle do Master, condicionando o negócio à cobertura das dívidas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A falta de consenso entre os bancos que compõem o fundo, porém, inviabilizou a proposta.