ECONOMIA


Banco Central aponta nova suspeita de fraude envolvendo Banco Master e fundos da Reag

Investigação enviada ao MPF indica operações com ativos sobrevalorizados que podem somar R$ 11,5 bilhões; Reag é alvo da operação Carbono Oculto

Foto: Divulgação

 

Uma nova suspeita de fraude envolvendo o Banco Master foi encaminhada pelo Banco Central (BC) ao Ministério Público Federal (MPF) e aponta o uso de fundos administrados pela Reag DTVM para sustentar aportes de capital que garantiram o funcionamento da instituição nos últimos meses. Segundo o BC, os indícios envolvem cerca de R$ 11,5 bilhões e incluem ativos de baixa liquidez registrados por valores superiores aos reais.

De acordo com a apuração, o modelo das operações envolvia empréstimos do Banco Master a empresas que, na sequência, aplicavam os recursos em fundos. Esses fundos adquiriam ativos com baixa liquidez e valores inflados, o que permitia contabilizar aportes de capital em montantes acima do valor efetivo dos títulos. A investigação indica que empresas ligadas ao controlador do banco, Daniel Vorcaro, utilizaram fundos administrados pela Reag, que é investigada pela Polícia Federal no âmbito da operação Carbono Oculto.

Em documento enviado ao MPF, o BC aponta indícios de crimes contra o sistema financeiro nacional e afirma que o Banco Master realizou operações de crédito corporativo em desacordo com princípios básicos de gestão de risco, como liquidez, diversificação e garantia. Segundo os técnicos, o gerenciamento inadequado teria sido deliberado para evitar a reavaliação dos ativos a preços de mercado, o que comprometeria a solvência da instituição.

Ao Tribunal de Contas da União (TCU), o Banco Central justificou a liquidação do Banco Master pela situação econômico-financeira considerada crítica e pela identificação de irregularidades graves, com indícios de crimes que afetaram o valor dos ativos do conglomerado.