ECONOMIA


Balança comercial registra superávit de US$ 2,99 bi em setembro

Influência de importações de Cingapura provoca queda significativa no superávit comercial brasileiro

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

O superávit da balança comercial brasileira sofreu uma redução expressiva em setembro, influenciado pela importação de uma plataforma de petróleo de Cingapura. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o país registrou exportações superiores às importações em US$ 2,99 bilhões. Este resultado representa uma queda de 41,1% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando o superávit foi de US$ 5,08 bilhões. Este foi o pior desempenho para o mês de setembro em uma década.

Apesar do recorde nas exportações, que totalizaram US$ 30,53 bilhões, com um aumento de 7,2% em relação a setembro de 2024, as importações também subiram. Elas somaram US$ 27,541 bilhões, representando um aumento de 17,7%. O aumento das importações foi marcado por um crescimento de 564,7% na compra de soja e de 63,5% em fertilizantes brutos, além de 63,1% em motores e máquinas não elétricos. Já o volume de mercadorias exportadas cresceu 10,2%, enquanto os preços médios caíram 2,5%. Em contrapartida, nas importações, o volume de bens subiu 6,2%, com um aumento de 1,6% nos preços médios.

No acumulado de janeiro a setembro, o superávit da balança comercial registra US$ 45,478 bilhões, uma queda de 22,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. Esta retração reflete as alterações recentes nas dinâmicas de importação e exportação do país. O Mdic também revisou suas projeções para a balança comercial de 2025, considerando agora os impactos do tarifaço dos Estados Unidos. Em 2024, o superávit comercial foi de US$ 74 bilhões, enquanto o recorde histórico foi registrado em 2023, com US$ 98,9 bilhões.

As novas estimativas do Mdic são mais pessimistas do que as de instituições financeiras. De acordo com o boletim Focus, uma pesquisa semanal do Banco Central com analistas de mercado, a expectativa é que a balança comercial encerre o ano com um superávit de US$ 64,4 bilhões. A Agência Brasil destaca que as projeções do Mdic são revisadas trimestralmente, o que pode levar a ajustes futuros, dependendo das condições econômicas globais e internas.