ECONOMIA


Atividade econômica brasileira cresce 0,2% em abril, aponta BC

Em 12 meses, indicador é positivo em 4%

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A atividade econômica brasileira registrou crescimento pelo quarto mês consecutivo, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou alta de 0,2% em abril na comparação com o mês anterior, considerando os dados dessazonalizados. Em relação a abril de 2024, o avanço foi de 2,5%. No acumulado do ano, o indicador aponta crescimento de 3,5% e, em 12 meses, registra elevação de 4%.

Utilizado como um termômetro da economia, o IBC-Br auxilia o Comitê de Política Monetária (Copom) na definição da taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 14,75% ao ano. O índice reflete o desempenho de setores como indústria, comércio, serviços e agropecuária, além de incorporar o volume de impostos. A Selic é o principal instrumento do BC para controle da inflação. Quando a taxa é elevada, o objetivo é conter uma demanda aquecida, encarecendo o crédito e estimulando a poupança, o que tende a reduzir os preços. No entanto, juros altos também podem frear o crescimento econômico. Por outro lado, uma redução da Selic estimula o consumo e a produção, o que impulsiona a atividade econômica, mas diminui o controle sobre a inflação.

Em maio, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou em 0,26%, influenciada principalmente pelo aumento nos custos com habitação e energia elétrica. O resultado representa uma desaceleração em relação a abril, quando o índice havia ficado em 0,46%. No acumulado de 12 meses, a inflação soma 5,32%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pressionado pela alta dos preços de alimentos, energia e pelas incertezas da economia global, o Banco Central elevou a Selic em mais 0,5 ponto percentual na última reunião de maio, marcando o sexto aumento consecutivo no atual ciclo de aperto monetário.

Em comunicado recente, o Copom destacou que o cenário de incertezas exige cautela e não sinalizou quais serão os próximos passos da política de juros, apenas reforçando que manterá prudência tanto em novas elevações quanto na eventual manutenção prolongada da Selic no patamar atual.

Embora o IBC-Br seja uma ferramenta de avaliação da atividade econômica, sua metodologia difere da usada no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), o indicador oficial da economia brasileira medido pelo IBGE. O BC afirma que o IBC-Br contribui para a formulação da política monetária, mas não pode ser considerado uma prévia do PIB.

Segundo o IBGE, no primeiro trimestre de 2025, a economia brasileira cresceu 1,4%, impulsionada principalmente pelo setor agropecuário. Em 2024, o PIB nacional avançou 3,4%, completando quatro anos seguidos de crescimento, com a maior expansão registrada desde 2021, quando o país teve alta de 4,8%.