ECONOMIA


Analistas temem petróleo a US$ 130 se Golfo for atingido

Tensões na região podem afetar o fluxo de petróleo e elevar os preços do barril, gerando incertezas econômicas globais

Foto: Pixabay

 

Os ataques recentes de Israel ao Irã despertaram receios de um conflito regional que pode impactar o fornecimento de petróleo no Oriente Médio. Essa preocupação reacende antigas dúvidas no mercado: será que Teerã poderia fechar o estratégico estreito de Ormuz? Essa via é crucial para o transporte de petróleo, e seu fechamento poderia provocar uma disparada nos preços do barril, segundo analistas do JPMorgan, que estimam valores entre US$ 120 e US$ 130, quase o dobro da previsão atual.

Após as ações militares israelenses, que resultaram na morte de comandantes iranianos, o Brent, referência internacional do petróleo, subiu 12%, atingindo US$ 78,50 por barril. Contudo, o preço recuou para US$ 74 quando se confirmou que as instalações petrolíferas iranianas não foram atingidas. Especialistas alertam, no entanto, que os preços podem subir novamente, dependendo da reação de Teerã. “Se você é o Irã, sabe que esse é o ponto fraco”, disse um executivo do setor, destacando a vulnerabilidade de instalações no Golfo e do tráfego no estreito de Ormuz.

O estreito de Ormuz é um ponto vital, com cerca de 21 milhões de barris de petróleo passando diariamente por ali. Esse volume representa um terço do petróleo transportado por mar no mundo. Embora o Irã tenha ameaçado fechar o estreito em diversas ocasiões, tal medida nunca se concretizou completamente. Segundo Amena Bakr, da Kpler, “fechar o estreito seria a ação mais extrema”, mas a presença militar dos EUA na região complicaria tal iniciativa.

A dinâmica geopolítica atual é complexa. Se o Irã decidir retaliar, os preços podem subir drasticamente. Como observou Jorge León, da Rystad, Teerã pode interromper o fluxo de petróleo ou atacar a infraestrutura da região, elevando os preços em “US$ 20 por barril ou mais”. A reaproximação entre Arábia Saudita e Irã reduz a probabilidade de novos ataques a instalações sauditas, mas a situação permanece tensa. Com informações da Folha de S.Paulo, o cenário é de alerta, com o mercado de olho nas próximas movimentações.