ECONOMIA


Ações da Azul sofrem queda de 50% em meio a processo de recuperação judicial

O aumento expressivo na venda de ações veio logo após a Azul anunciar novo ticker negociado sob a sigla AZUL54

Foto: Azul/Reprodução

As ações da companhia aérea Azul (AZUL54) registraram forte queda nesta sexta-feira (26), em meio ao processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, o preço para novas ações encerrou o dia com baixa de 28,97%, registrando uma redução máxima de 50% ao longo do dia.

O aumento expressivo na venda de ações por parte dos investidores veio logo após a Azul anunciar na última segunda-feira (22) que faria uma distribuição primária de títulos preferenciais, com novo ticker sendo negociado sob a sigla AZUL54.

A nova emissão custou a empresa R$ 7,44 bilhões e teve como resultado 723.861.340.715 novas cotas de mercado. O economista da Valor Investimentos, Ian Lopes, explica que para calcular o valor real de cada ação, o investidor precisa dividir o preço de tela por 10 mil para chegar à quantia compatível à realidade do mercado. “Esse tipo de operação no mercado sempre mostra a fragilidade que a empresa está no momento e dificuldades para renegociar processos de dívida”, complementa Lopes ao explicar a prática adotada pela companhia para quitar as dívidas.

O lançamento se justifica pela tentativa da empresa em manter suas operações funcionando de forma saudável. Vale lembrar, que em maio, a companhia entrou com pedido de chapter 11, processo da legislação norte-americana semelhante à recuperação judicial brasileira. O acordo legislativo previa o financiamento de US$ 1,6 bilhão e o pagamento de US$ 2 bilhões em dívidas. Em julho, a Azul recebeu aprovação da Justiça norte-americana para realizar o financiamento na modalidade DIP (Débito em posse), sob condição da gestão empresarial mantida nas mãos dos administradores originais.

De acordo com a bolsa de valores do Brasil (B3), as ações da Azul fecharam o dia de hoje negociadas a R$ 2500, por cota. O despejo de novos papéis no mercado é uma tentativa de elevar capital. “O mercado detesta porque acaba obliterando (a participação proporcional) do acionista minoritário”, finaliza Ian Lopes.