ECONOMIA


Ações da Americanas despencam 7,15% após nova delação sobre escândalo

Ex-diretor Márcio Cruz Meirelles firmou acordo com MPF e amplia investigação sobre fraude bilionária

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

 

As ações da Americanas voltaram a despencar na B3 nesta terça-feira (7). Os papéis da varejista fecharam o pregão com queda de 7,15%, cotados a R$ 5,58, após a divulgação de uma nova delação relacionada ao escândalo contábil que abalou a companhia em 2023.

O ex-diretor estatutário da empresa, Márcio Cruz Meirelles, firmou acordo de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF). O conteúdo de suas declarações será incorporado à denúncia apresentada em março, que já envolve outros 12 ex-executivos e funcionários.

O MPF estima que as fraudes chegaram a R$ 22,8 bilhões, no que é considerado o maior escândalo corporativo da história do país. A delação de Meirelles foi dividida em quatro anexos, abordando sua relação com a empresa, histórico profissional, pressões internas e seu contato com as práticas irregulares.

Até então, três delações já haviam sido firmadas no caso, por Marcelo Nunes, Flávia Carneiro e Fabio Abrate.

Além da forte queda da Americanas, o Ibovespa também recuou 1,57%, fechando o dia aos 141,3 mil pontos.

O escândalo veio à tona em janeiro de 2023, quando a companhia revelou “inconsistências contábeis” de cerca de R$ 20 bilhões. Em abril deste ano, 13 ex-executivos foram denunciados por crimes como associação criminosa, falsidade ideológica e manipulação de mercado.

Mesmo com os reflexos do caso, o último balanço financeiro da empresa mostrou redução no prejuízo: entre abril e junho de 2025, a varejista registrou R$ 98 milhões em perdas, ante R$ 1,85 bilhão no mesmo período de 2024. A receita líquida somou R$ 3,84 bilhões, com alta de 24,7% em um ano.