BRASIL


Thaisa Hoffmann se cala em depoimento à CPMI do INSS e irrita relator

Médica e empresária permanece em silêncio apesar das investigações que apontam movimentações de mais de R$ 15 milhões em empresas registradas em seu nome

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

 

Durante o depoimento desta quinta-feira (23) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS (CPMI), a médica e empresária Thaisa Hoffmann Jonasson optou por permanecer em silêncio diante da maioria das indagações feitas pelo relator, o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil). A postura da depoente gerou irritação no parlamentar, que criticou: “Estou saindo daqui com uma péssima impressão pelo seu silêncio, uma péssima impressão porque toda essa teia, que vai de Aracaju, que vai de Sergipe a outras partes do Brasil, chega até a senhora em mais de R$ 15 milhões”. 

Hoffmann, que está amparada por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que sua defesa técnica “encaminhará os documentos no momento oportuno” e alegou possuir registros que comprovam a legalidade de suas atividades. Entre as suspeitas investigadas estão empresas registradas em seu nome que teriam recebido recursos de entidades e pessoas ligadas ao esquema de descontos indevidos em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 

Senadores que participam da CPMI avaliaram que Hoffmann pode ter atuado como “laranja” no esquema. O senador Izalci Lucas (PL-DF) afirmou: “O que a gente não entende é a origem. A senhora diz que tem documentos para comprovar, mas essa ligação com o ‘Careca’ é que é inexplicável. Dá a entender que houve combinação, já que os repasses coincidem com procedimentos que Virgílio teria feito no INSS para beneficiar entidades como a Contag”, declarou Izalci.

Thaisa, por sua vez, negou qualquer irregularidade. “Fico triste de ouvir isso. Durante todo meu período, mantive a prestação dos meus serviços. Meu trabalho foi feito, e eu não quero que ele seja desmerecido”.