BRASIL


Senado aprova projeto que torna inafiançável homicídio no trânsito causado por motorista bêbado ou em racha

Proposta segue para análise da Câmara dos Deputados e endurece punições para acidentes fatais em condições agravantes

Foto: Agência Brasil/Arquivo

O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (27), um projeto de lei que classifica como inafiançáveis os homicídios no trânsito causados por motoristas embriagados, sob efeito de drogas ou envolvidos em disputas de racha. A medida foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em caráter terminativo. Com isso, se não houver recurso, seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados, sem passar pelo plenário do Senado.

A proposta é de autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES) e foi apresentada como emenda ao projeto que já proibia a concessão de fiança a acusados de crimes ligados à pedofilia. O relator, senador Márcio Bittar (PL-AC), acatou a sugestão. Atualmente, o Código de Processo Penal permite a fiança em crimes com pena inferior a quatro anos, o que inclui homicídios culposos no trânsito. No entanto, em casos com agravantes, como embriaguez ao volante ou participação em rachas, a pena aumenta — o que, na prática, já restringe a concessão de fiança.

Contarato, ex-delegado de trânsito no Espírito Santo, defendeu que a alteração torna a legislação mais clara e evita brechas na aplicação. “É uma medida necessária, pois reforça o dever estatal de proteção à vida e à segurança viária, corrige a sensação de impunidade gerada pela soltura imediata mediante fiança e assegura coerência ao equiparar essa modalidade culposa gravemente qualificada ao tratamento já conferido a crimes hediondos”, afirmou ele ao g1.

O senador lembrou ainda que já foi autor de uma lei que prevê prisão obrigatória de motoristas embriagados que causem acidentes fatais. “Agora demos mais um passo importante na legislação de trânsito. O motorista que matar no trânsito dirigindo embriagado, sob efeito de drogas ou praticando racha não poderá mais ser solto pagando fiança. Ele terá que responder preso até o julgamento”, concluiu.