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Roblox remove jogo que simulava ataque a escolas após solicitação da polícia

Plataforma também excluiu sala com simulação de tráfico de drogas; especialistas alertam para presença de criminosos em ambientes virtuais voltados ao público infantil

Foto: Reprodução/Roblox

 

O Roblox, uma das plataformas de jogos mais populares entre crianças e adolescentes, removeu recentemente uma sala que simulava ataques a escolas, após um pedido do Núcleo de Observação e Análise Digital (Noad) da Polícia Civil de São Paulo. Outro espaço, que permitia simular ações relacionadas ao tráfico de drogas, também foi excluído.

De acordo com a delegada Lisandrea Salvariego, chefe do Noad, a polícia solicitou não apenas a exclusão, mas também a preservação dos dados para fins de investigação. “Pedimos a exclusão, preservação de dados e agora vamos investigar”, afirmou.

Especialistas em segurança digital alertam para a crescente presença de criminosos em plataformas de jogos online, aproveitando o público jovem para realizar aliciamentos e disseminar conteúdos violentos. A pesquisadora Michele Prado, fundadora do Stop Hate Brasil, explica que redes amplamente usadas, como Roblox, TikTok e Instagram, funcionam como “plataformas farol”,  locais onde criminosos iniciam contato com potenciais vítimas.

A exposição prolongada a discursos de ódio e conteúdos violentos, segundo o presidente da Safernet Brasil, Thiago Tavares, pode ter consequências graves. “Isso é um problema real, grave, e que precisa também ser considerado. Afinal de contas, ninguém nasce odiando ninguém. As pessoas, se elas aprenderam em algum momento a odiar, é porque alguém ensinou, alguém incentivou”, disse. Ele reforça que crianças e adolescentes, por estarem em desenvolvimento emocional, são mais vulneráveis à manipulação e ao engajamento em comportamentos autodestrutivos ou violentos.

A Polícia Civil segue investigando os responsáveis pelas criações das salas e monitora atividades suspeitas dentro do ecossistema gamer.