BRASIL


Quatro em cada dez profissionais brasileiros já sofreram etarismo, diz pesquisa

Levantamento contou com respostas de 50 mil profissionais em 36 países

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

 

 

O mercado de trabalho brasileiro já vitimou com o etarismo, o preconceito relacionado à idade, 41% de seus profissionais. O dado está acima da média global (36%) e da América Latina (35%), e está baseado numa pesquisa da Michael Page, consultoria de recrutamento executivo. A informação é da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo.

De acordo com a publicação, chamado de “Talent Trends 2025”, o levantamento contou com respostas de 50 mil profissionais em 36 países, entre novembro e dezembro de 2024. No Brasil, foram 2.411 participantes. Aqui e no exterior, as abordagens miraram trabalhadores de empresas de diferentes segmentos e portes.

No caso nacional, 6% dos profissionais afirmaram que já foram discriminados em seus cargos atuais — a média global foi de 12%, ante 8% da América Latina. Ao mesmo tempo, 26% notavam aqui uma movimentação de suas organizações por maior inclusão, à frente do contexto latino (24%).

O mesmo estudo mostra que, além do preconceito pela faixa etária, trabalhadores latino-americanos têm se sentido marginalizados por condições socioeconômicas (25%); religiosas (15%); étnicas (10%); de gênero (9%); de gravidez ou maternidade (6%); de estado civil (5%); de orientação sexual (4%); de deficiências (3%). Outros tipos de discriminação somaram 39%.

Os efeitos das diferentes de discriminação entre os latinos também foram medidos. Os entrevistados se sentiram chateados (67%); menos satisfeitos no trabalho (60%); desvalorizados (59%) e menos motivados ou produtivos (55%). Também houve sensações de estresse ou esgotamento (52%), além de considerações sobre deixar o cargo (47%). Profissionais se sentiram menos seguros (37%), bem como tiveram relacionamentos interpessoais comprometidos (36%). Por último, 29% dos profissionais latinos acreditam que a discriminação os impediu de serem promovidos.