BRASIL


Preço da carne bovina não vai baixar em 2026; entenda

Brasil tem no aumento da fertilidade e do peso do gado os principais trunfos para conter novas altas nos preços

Foto: Divulgação

O aumento nos preços da carne ano após ano, nos mercados globais não tem data para baixar os valores. O cenário pode ser explicado pela diminuição dos rebanhos nos maiores exportadores do mundo. Segundo a empresa brasileira Minerva, China, Estados Unidos e Europa vem perdendo recursos para reverter inflação dos valores, no Brasil os números tendem a manter-se elevados.

A situação é mais grave nos Estados Unidos, que em 2025 tem o menor rebanho dos últimos 70 anos. A partir disso, o país tem recorrido a práticas de importação de outros países, entre eles o Brasil, que recentemente assumiu o topo do ranking como maior exportador de carne bovina do mundo.

Ainda segundo a Minerva, o Brasil deve seguir o mesmo caminho dos outros países e pode enfrentar uma redução em seus números na comparação com o recorde de 2024. São eles, recorde de abates de bovinos, com 39,27 milhões de cabeças, recorde nas exportações de gado vivo, e o segundo maior rebanho da história do país com 238,2 milhões de animais. As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas em 2025. A maioria dos abates foi de fêmeas, o que reduz o número de bezerro disponíveis.

Projeção atual:

Apesar do cenário de riscos, o Brasil possui o aumento da fertilidade e do peso do gado como maiores trunfos para combater a alta de preços em relação a outras nações, fator que possui tendência para o aumento das exportações no futuro. O preço médio pago pelos importadores registrou uma alta de 8,9% em fevereiro desse ano, na comparação com 2024.

De acordo com Fernando Queiroz, CEO da Minerva, o mercado ainda segue saudável mesmo com o momento de incertezas. “O que chama a atenção é que, mesmo com o aumento dos preços, estamos vendo uma grande resiliência na demanda”, complementa o diretor executivo da companhia. A empresa também relata que as vendas para os Estados Unidos cresceram no último ano, sendo assim, o país se tornou o principal cliente da Minerva em 2024, com 23% de suas exportações para o exterior.

O mercado atual, ainda concentra grandes oportunidades de faturamento, especialmente com a guerra comercial de tarifas de Donald Trump imposta a outros países. Nesse contexto, a Minerva visualiza novas tendências para o Brasil aumentar suas exportações para os EUA.