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Mulher de Poze do Rodo é alvo de operação contra lavagem de dinheiro do CV

Influenciadora Viviane Noronha é suspeita de integrar núcleo financeiro que movimentou R$ 250 milhões

Foto: Instagram/noronhaviviane32

A influenciadora Viviane Noronha, mulher do MC Poze do Rodo, é alvo de uma operação deflagrada nesta terça-feira (3) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro para desarticular o núcleo financeiro do CV (Comando Vermelho), facção com a qual o cantor é suspeito de manter ligação.

Poze, que havia sido preso na quinta-feira (29), foi solto na segunda (2) após determinação do Tribunal de Justiça. Ele é investigado por apologia ao crime e associação ao tráfico de drogas.

O setor de contabilidade do CV seria responsável pela lavagem de mais de R$ 250 milhões, segundo as investigações.

A apuração revelou a participação de Viviane e de sua empresa como beneficiárias diretas de recursos, recebidos por meio de “laranjas” com o objetivo de esconder a origem ilícita do dinheiro.

Os valores teriam origem no tráfico de drogas e na compra de armas de uso restrito, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo.

Os policiais cumprem mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. A operação envolve a Delegacia de Roubos e Furtos, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes e o Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro do Rio.

As diligências incluem ainda ordens de bloqueio e indisponibilidade de bens e valores de 35 contas bancárias.

“O esquema criminoso utilizava pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores, promovendo o reinvestimento em fuzis, cocaína e na consolidação do poder territorial da facção em diversas comunidades”, diz nota da Polícia Civil.

Análises financeiras teriam apontado que valores provenientes do tráfico de drogas e de operações da lavagem de capitais do grupo criminoso foram depositados em contas bancárias ligadas à influenciadora.

Conforme a polícia, ela passou a ser um dos focos centrais do inquérito. Vivi, como é conhecida, teria uma posição simbólica na estrutura criminosa–atuaria como elo entre o tráfico e o universo digital, “conferindo aparente legitimidade a valores oriundos do crime organizado e ampliando o alcance da narcocultura nas redes sociais”.

A influenciadora promoveu uma grande mobilização contra a prisão do marido, com quem tem três filhos e chegou a fazer acusações contra a Polícia Civil. Ela havia programado para esta terça um ato em frente a Bangu 3, onde Poze está preso e de onde deve ser liberado no começo da tarde.