BRASIL


Megaoperação no Rio aponta intercâmbio entre líderes do CV e o Nordeste

Comunidades cariocas são refúgio para criminosos de outros estados em meio à expansão da facção

Foto: Divulgação/Policia Militar do Rio de Janeiro

 

A megaoperação que deixou ao menos 121 mortos no Rio de Janeiro e foi a mais letal da história do Brasil indicou a existência de um esquema de intercâmbio e de proteção entre o Comando Vermelho e os líderes de suas bases em estados do Norte e Nordeste.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, comunidades cariocas têm servido de refúgio para criminosos de outros estados em meio a um movimento de expansão da facção. De acordo com a publicação, 17 alvos da operação —ao menos um dele com morte confirmada— eram da Bahia. Parte tinha mandados de prisão em aberto e outros já haviam sido detidos por crimes como homicídio e tráfico de drogas.

Entre os criminosos da Bahia mortos está Júlio Souza Silva, 26, conhecido como Julio Galego. Ele é apontado como um dos líderes do grupo criminoso no bairro do Vale das Pedrinhas, já havia sido preso por tráfico de drogas e cumpria pena em regime semiaberto.

Dentre os presos estão membros do grupo criminoso na capital baiana, cidades da região metropolitana e do interior. Nenhum deles, contudo, está na relação dos foragidos mais perigosos listados pela Secretaria de Segurança Pública.

O Comando Vermelho se estabeleceu na Bahia a partir do ano de 2020, em meio à pandemia da Covid-19. As investigações apontam que este foi o ano em que o grupo criminoso do Rio de Janeiro absorveu a facção local Comando da Paz.

A aliança abriu novas rotas para a aquisição de drogas e armas no estado e acirrou a violência na disputa por territórios em bairros periféricos de Salvador e do interior, inclusive em municípios de pequeno porte.

A principal adversária é a facção local BDM (Bonde do Maluco), que é aliada do PCC (Primeiro Comando da Capital), de São Paulo.