BRASIL


Grupo Fit usou 50 fundos de investimento para ocultar bilhões sonegados, diz Receita

Esquema envolvia offshores nos EUA e estrutura complexa para dificultar rastreamento dos verdadeiros beneficiários, segundo investigadores

Foto: Divulgação/Receita Federal

 

O Grupo Fit usou 50 fundos de investimento para ocultar o patrimônio obtido com fraudes fiscais, segundo a Receita Federal. O número superou em quase três vezes o inicialmente projetado pelas autoridades.

A conclusão faz parte da operação deflagrada nesta quinta-feira (27) contra a dona da Refit, dona da refinaria de Manguinhos, controlada pelo empresário e advogado Ricardo Magro. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

A assessoria do empresário não se manifestou. Em entrevista à Folha em setembro, Ricardo Magro negou as acusações de sonegação.

“Essa operação é simbólica, pois estamos tratando de um dos maiores devedores contumazes do Brasil, com um esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e ocultação de valores. É um grupo econômico que substituiu o fornecedor daquele esquema desvendado na Operação Carbono Oculto”, afirmou Robinson Barreirinhas, secretário especial da Receita Federal do Brasil, em coletiva de imprensa.

Ele fez referência à operação que, no fim de agosto, combateu a infiltração do crime organizado na economia formal.

Conforme o secretário, o grupo movimentou mais de R$ 70 bilhões em um ano e usou mais de 15 offshores nos EUA nesse esquema de lavagem de dinheiro. O grupo, afirmou, deve mais de R$ 26 bilhões aos cofres públicos.

A dimensão da ocultação de patrimônio revelou-se muito maior durante a operação. Embora inicialmente os investigadores da Receita Federal tivessem identificado 17 fundos de investimento ligados ao grupo, Barreirinhas disse que as diligências realizadas nesta quinta já indicavam a existência de “em torno de 50 fundos de investimento utilizados para ocultar o beneficiário final” no esquema. Esses 17 fundos inicialmente identificados somavam um patrimônio líquido de R$ 8 bilhões.