BRASIL


Governo não tem decisão tomada sobre tarifa zero e busca fonte de recursos, diz ministro

Wellington Dias (Desenvolvimento Social) afirmou reconhecer que a despesa está entre as que mais pesam no bolso dos brasileiros

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, afirmou nesta quarta-feira (15) que o governo ainda não tem uma decisão final sobre a proposta de tarifa zero no transporte público, tema que deve ser uma das bandeiras do presidente Lula (PT) na campanha eleitoral de 2026.

“Ainda é preciso definir uma fonte da qual se possa encontrar a equação e a solução”, disse o ministro ao ser questionado pelo MundoBA sobre estimativas de custos e a viabilidade de uma política de gratuidade em todo o país.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista à Record que já está em curso um estudo técnico sobre a proposta por determinação do próprio Lula.

“É verdade que tem um impacto, tem um custo. É preciso definir de onde saem os recursos. Eu digo que é um tema que está sempre em debate naquelas despesas que impactam a classe trabalhadora, os mais pobres, mas eu digo que não há ainda uma decisão tomada sobre o tema ”, afirmou Dias, durante entrevista a um pool de veículos de comunicação do país.

O ministro disse reconhecer que a despesa com transporte público está entre as que mais pesam no bolso da população — segundo o IBGE, é o segundo maior gasto dos brasileiros (atrás apenas de alimentação).

“O fato é que é uma despesa para a classe trabalhadora, pessoas de baixa renda, a despesa de transporte. Isso ninguém pode negar.”

Para Dias, cidades que já implementaram a tarifa zero estão tendo resultados positivos. “Agora mesmo eu vi que Maricá adotou a gratuidade no transporte e diz que ajudou no crescimento econômico. Em Teresina o metrô é gratuito. Então nós temos algumas experiências”, afirmou.

O Brasil é hoje o país com o maior número de cidades com tarifa zero no transporte público: são 138 municípios, a maioria deles de pequeno e médio porte.

Na segunda (9), o prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou que o custo anual de R$ 1,033 bilhão do transporte público inviabiliza a implantação do modelo nos ônibus de Salvador sem o apoio do governo federal.

Segundo ele, a gestão municipal dispõe de aproximadamente R$ 680 milhões para investimentos, já que 95% dos R$ 13,6 bilhões do orçamento municipal estariam comprometidos com gastos em saúde.