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Filho de Lewandowski advoga para empresa citada em esquema bilionário ligado ao PCC, diz site

De acordo com as investigações, a Terra Nova Trading era usada por Mohamad Hussein Mourad, apontado pelo MP-SP como “epicentro das operações”; em nota, defensor nega envolvimento no caso

Fotomontagem: Gustavo Lima/GOVBR e Reprodução/Redes sociais

 

Reportagem do portal Metrópoles informa que Enrique de Abreu Lewandowski, filho do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, é um dos advogados da Terra Nova Trading, empresa vinculada a um esquema de fraude bilionária que envolve o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A apuração do MP-SP (Ministério Público de São Paulo), da Polícia Federal e da Receita Federal, mostra relações entre a facção criminosa, o setor de combustíveis e instituições financeiras, como apontou a Operação Carbono Oculto.

Em nota, a assessoria de Enrique Lewandowski diz que o advogado não atua no caso mencionado pela reportagem, mas nas áreas cível e tributária para a Terra Nova Trading desde 2018. “Enrique não advoga em temas criminais e não conhece processos nos quais não está constituído como representante legal. Ele repudia qualquer tentativa de criminalização da atividade advocatícia, reafirmando o compromisso com a legalidade e a ética profissional.”

Já a Terra Nova negou envolvimento em atividades ilegais. “Todas as nossas atividades são conduzidas em estrita conformidade com a legislação brasileira, incluindo normas da Receita Federal Aduaneira e demais órgãos anuentes competentes”, disse a empresa, também por meio de nota.

Segundo o Metropoles, Enrique Abreu Lewandowski consta em ações na Justiça como defensor da empresa Terra Nova Tranding. A empresa, segundo investigação da Polícia Federal em 2020, teria sido instrumentalizada para gerar créditos tributários falsos, inflar preços em transações internas e lavar dinheiro do crime organizado.

De acordo com as investigações, a Terra Nova Trading era usada por Mohamad Hussein Mourad, apontado pelo MP-SP como “epicentro das operações” no esquema bilionário de fraudes. Por meio da Terra Nova, Mourad importava nafta com imposto reduzido (1%, contra 25% em São Paulo), barateando a produção de combustíveis de forma ilegal.

O ministro Ricardo Lewandowski não tinha se manifestado até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto.