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Ex-presidente do Ibama critica autorização para Petrobras na Foz do Amazonas

Suely Araújo alerta que decisão pode enfraquecer a posição do Brasil na COP30 e gerar precedentes preocupantes para licenciamentos ambientais.

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

A ex-presidente do Ibama, Suely Araújo, criticou nesta terça-feira (21) a recente autorização concedida à Petrobras para perfurar um poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas, no Amapá. Ela afirmou que a decisão pode abrir precedentes para futuros licenciamentos na região e enfraquecer a posição do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro em Belém.

“É uma porteira para outros licenciamentos. Ficará complicado negar licenças para outros blocos que estão próximos. Essa decisão sai às vésperas da COP30 e o Brasil sairá enfraquecido no seu papel de líder climático”, avaliou Suely Araújo.

A Petrobras recebeu a licença após um extenso processo de licenciamento ambiental, que incluiu mais de 65 reuniões técnicas, três audiências públicas e uma Avaliação Pré-Operacional (APO) com mais de 400 participantes. A empresa informou que a perfuração terá início imediato e deve durar até cinco meses, com objetivo de avaliar a viabilidade econômica da exploração de petróleo e gás na região.

Uma pesquisa do Datafolha mostrou que 61% dos brasileiros acreditam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria proibir a exploração na bacia. Já o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a medida, citando sua importância estratégica para a soberania energética do país e potenciais benefícios econômicos, incluindo investimentos estimados em R$ 300 bilhões e a geração de mais de 300 mil empregos diretos e indiretos.