BRASIL


Correios anunciam plano de reestruturação com corte de R$ 2 bilhões

Estatal prevê demissão voluntária de até 15 mil funcionários para enfrentar sequência de prejuízos e tenta recuperar fôlego financeiro até 2027

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Os Correios detalharam nesta segunda-feira (29) um amplo plano de reestruturação para conter a crise financeira enfrentada pela estatal, que acumula 12 trimestres consecutivos de prejuízo. Entre as principais medidas estão o corte de R$ 2 bilhões em gastos com pessoal, a venda de imóveis não operacionais e o fechamento de mil agências em todo o país.

A empresa vai implementar um Programa de Demissão Voluntária (PDV) e estima reduzir em até 15 mil o número de funcionários nos próximos dois anos, o equivalente a cerca de 18% do quadro atual. Segundo o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, o atual modelo econômico-financeiro “deixou de ser viável” e exige ajustes rápidos para evitar perdas ainda maiores.

Para aliviar o caixa, a estatal também contratou um empréstimo de R$ 12 bilhões junto a um consórcio de bancos públicos e privados, com garantia da União. A expectativa é que a maior parte dos recursos entre no caixa até o fim deste ano, permitindo a quitação de dívidas e a reorganização das finanças. O plano prevê ainda a venda de R$ 1,5 bilhão em imóveis e mudanças no plano de saúde dos funcionários, com economia estimada de R$ 500 milhões por ano.

Apesar do cenário difícil, a direção dos Correios afirma que a meta é recuperar a saúde financeira da empresa até 2026 e voltar a registrar lucro a partir de 2027. Para isso, a estatal aposta também em estratégias para ampliar receitas e em investimentos futuros em automação, logística e tecnologia, buscando preservar sua função social em meio ao processo de ajuste.