BRASIL


Caminhoneiros convocam paralisação nacional nesta quinta-feira (4)

Convocação circula em redes sociais com pautas trabalhistas e pressões políticas, enquanto principais entidades do setor negam adesão

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

Caminhoneiros de diferentes regiões do país estão organizando, pelas redes sociais, uma paralisação nacional a partir desta quinta-feira (4). A mobilização, porém, não é unânime entre as lideranças do setor. Franco Dal Maro, conhecido como Chicão Caminhoneiro, entregou na Presidência da República um documento com reivindicações que vão de estabilidade contratual à revisão da tabela de frete e novas regras de descanso nas rodovias.

Ao lado dele, esteve o desembargador aposentado Sebastião Coelho, que se apresentou como apoio jurídico ao movimento. Coelho, no entanto, divulgou recentemente um vídeo convocando apoiadores de Jair Bolsonaro para uma paralisação em defesa de anistia a investigados pelos atos de 8 de janeiro, o que ampliou a percepção de politização do movimento.

Entre as demandas listadas pela categoria estão atualização do piso mínimo do frete, congelamento de dívidas, linha de crédito de até R$ 200 mil, aposentadoria especial, isenção de IPI para renovação da frota e criação de uma “Justiça do Transporte”. Apesar disso, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que representa nove federações e mais de cem sindicatos, afirmou não ter recebido nenhuma comunicação formal sobre a greve.

Lideranças como Wallace Landim, o Chorão, figura central da greve de 2018, também rejeitaram a paralisação, criticando o uso político da mobilização. Segundo ele, embora a pauta tenha pontos legítimos, a convocação estaria sendo instrumentalizada em defesa de um grupo político específico, o que afasta parte da categoria.

A última paralisação nacional dos caminhoneiros, em 2018, durou dez dias e provocou desabastecimento de combustíveis, alimentos e prejuízos em diversos setores da economia.