BAHIA


Trabalhadores da construção pesada iniciam greve geral e paralisam obras na Bahia

Obras do VLT e FIOL estão entre os empreendimentos impactados

Foto: Matheus Landim/ GOVBA

 

Mais de 22 mil trabalhadores iniciaram, nesta quarta-feira (11), uma greve geral da construção pesada em toda a Bahia. A paralisação, liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav-BA), afeta obras públicas e privadas que somam mais de R$ 25 bilhões em investimentos.

Entre os empreendimentos impactados estão trechos da BR-324, incluindo o acesso entre o Porto de Salvador e Valéria, obras do VLT de Salvador, da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), barragens, serviços de tapa-buraco e projetos como Mané Dendê e Consórcio Jaguaribe. A greve atinge ainda consórcios e frentes de trabalho espalhadas por diversas cidades do estado.

As paralisações ocorrem de forma progressiva em municípios como Salvador, Santo Estêvão, Chorrochó, Alagoinhas, Guanambi, Barra do Choça, Santa Maria da Vitória, Juazeiro, Ilhéus, Itabuna, e em bairros da capital como Subúrbio Ferroviário, Calçada, Largo de Roma, Rótula do Abacaxi, entre outros.

De acordo com o Sintepav-BA, a mobilização foi deflagrada diante do impasse nas negociações da campanha salarial de 2025 com o sindicato patronal (Sinicon), mesmo após rodadas de mediação com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).

Entre os pontos reivindicados estão reajuste salarial, aumento do valor da cesta básica, definição da tabela de salários por função, implantação de plano de saúde, garantia de aviso prévio indenizado, criação de um Comitê da Diversidade — que atuará também na inclusão de mulheres nos canteiros de obras — e oferta de café regional nos locais de trabalho.

“Esses itens são essenciais para promover dignidade, igualdade e melhores condições de vida para os trabalhadores e trabalhadoras da construção pesada”, afirma o sindicato.

A greve foi aprovada por unanimidade em assembleia no último dia 6 e oficializada com edital publicado em 7 de junho, respeitando os trâmites legais. A paralisação é por tempo indeterminado. Uma nova assembleia geral está marcada para a próxima terça-feira (17), às 7h, na Praça do Campo da Pólvora, em Salvador, além de reuniões nas frentes de trabalho pelo interior.