BAHIA


Quatro policiais e outras 4 pessoas são presas sob suspeita de integrar rede de grilagem na RMS

Grupo atuava com emprego de violência e ameaças para garantir o domínio das áreas invadidas em Salvador, Candeias e Camaçari

Foto: Ministério Público

 

Quatro policiais e outras quatro pessoas foram presas nesta quinta-feira (4) investigados por facilitar a atuação de uma rede criminosa especializada em grilagem de terras urbanas e rurais e por crimes como corrupção ativa e passiva em Salvador e nas cidades de Candeias e Camaçari, na região metropolitana. Entre os alvos estão dois empresários —um deles, preso em flagrante. Os nomes dos investigados não foram divulgados.

Também foram cumpridos onze mandados de busca e apreensão.

Segundo apurações do MP-BA (Ministério Público da Bahia), a organização criminosa atuava de forma estruturada e meticulosa, dividindo suas atividades em cinco fases: identificação e invasão de terrenos, afugentamento de opositores, edificação de construções, falsificação de documentos e regularização da posse, e, por fim, a venda dos imóveis a terceiros de boa-fé.

O grupo atuava com emprego de violência e ameaças para garantir o domínio das áreas invadidas, contando com o apoio de agentes de segurança pública.

A ação é a terceira fase da Operação Crickets e contou com a participação das equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais), do MP-BA, da SSP (Secretaria de Segurança Pública) e das Corregedorias das polícias Militar e Civil.

As diligências são um desdobramento da Operação Crickets, deflagrada em março de 2022.

A atuação do MP-BA contra o esquema de grilagem já resultou em denúncia criminal recebida pelo Tribunal de Justiça da Bahia.

Na ação penal, que corre sob segredo de Justiça, o MP-BA aponta envolvimento de agentes de segurança e de servidores públicos na regularização fraudulenta de terras invadidas, com manipulação de processos administrativos para garantir a impunidade do grupo criminoso.