BAHIA


Polícia Civil desmonta esquema de fraudes em transferências de veículos na Bahia

Duas pessoas foram presas; esquema teria movimentado mais de R$ 1 milhão, de acordo com as investigações

Foto: Tony Silva/Bruno Ricardo

Duas pessoas foram presas durante a “Operação Apate”, deflagrada na manhã desta quarta-feira (30), pela Polícia Civil da Bahia, e que teve como objetivo desarticular um esquema criminoso de fraudes em transferências de veículos. A ação — batizada em referência à deusa grega da fraude e do engano — ocorreu simultaneamente em Salvador, na Região Metropolitana e no interior do estado, com o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça.

Houve apreensão de veículos, duas pistolas, carregadores, munições, documentos, placas de carros, computadores, celulares e outros materiais. Em Salvador, as buscas foram realizadas nos bairros do Uruguai, Águas Claras, Retiro, Alto do Cabrito e Narandiba. Na Região Metropolitana (RMS), os trabalhos ocorreram em Lauro de Freitas e Simões Filho. Já no sudoeste, as cidades de Itambé, Itapetinga e Vitória da Conquista concentraram as ações.

Segundo a corporação, durante o cumprimento de um dos mandados no bairro de Narandiba, em Salvador, policiais civis foram recebidos a tiros por um suspeito. Houve confronto, o homem foi baleado e socorrido para uma unidade de saúde. Com ele, foi apreendida uma pistola calibre 9 mm.

Movimentação milionária

Conforme as investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Vitória da Conquista, o grupo atuava há mais de um ano com fraudes em transferências de veículos sem o consentimento dos proprietários, visando obtenção de financiamentos bancários irregulares. O esquema teria movimentado mais de R$ 1 milhão.

O grupo criminoso era formado por despachantes, responsáveis por empresas emplacadoras e servidores públicos, com forte atuação em processos internos de órgãos de trânsito. De acordo com a Polícia Civil, uma das empresas investigadas se apropriava de valores pagos por clientes sem prestar os serviços prometidos ou recolher os tributos devidos, chegando a fornecer documentos falsos. Já o proprietário de outro estabelecimento é acusado de protocolar processos fraudulentos com a conivência de servidores públicos.