BAHIA


Jerônimo diz que avanço de facções é ‘internacional’, culpa fronteiras e minimiza dado sobre mortes

Petista afirmou que gestão tem investido em inteligência, reestruturação das policiais e operações frequentes

Imagem: Reprodução/YouTube

 

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou na manhã desta segunda-feira (28) que o avanço do crime organizado e o fortalecimento das facções são um “tema internacional” e apontou as fronteiras como o principal gargalo para a entrada de drogas e armas no Brasil e na Bahia.

Ao comentar os dados que colocam cinco municípios baianos entre os dez mais violentos do país, Jerônimo disse que a gestão estadual tem investido no enfrentamento à violência por meio do trabalho de inteligência, reestruturação das policiais e operações frequentes.

“[A questão da violência] Não é uma tema localizado na Bahia, e eu não estou fugindo do assunto. Isso é um tema que já é internacional. Todos os países se preocupam com o tema do crime organizado, tema das facções. Não é só a Bahia que padece com isso. Outros estados sofrem e é muito”, afirmou o governador durante entrevista a um pool de rádios no oeste baiano. Em maio do ano passado, após passagem por Holanda, Bélgica e Alemanha, Jerônimo disse que a Europa viviam o mesmo “movimento internacional”.

Segundo levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, Maranguape, no Ceará, ocupa o primeiro lugar do ranking com as maiores taxas de mortes violentas por 100 mil habitantes. Na sequência, aparecem Jequié (2º), Juazeiro (3º), Camaçari (4º), Simões Filho (7º) e Feira de Santana (10º). O levantamento considera dados fornecidos pelos estados no ano de 2024.

Questionado sobre o fato de Jequié figurar no topo da lista, Jerônimo disse que já “houve melhoras”. Ele, no entanto, não apresentou dados a respeito de uma possível redução dos indicativos.

“O esforço está grande. Nós temos tido resultados muito positivos. Esses indicadores são de 2024. Nós já melhoramos bastante isso, inclusive no município de Jequié”, disse.

De acordo com o governador, existem cidades próximas a Juazeiro, no norte baiano, “há dois, três meses, sem nenhum crime violento”. Ele não informou quais seriam esses municípios.

Jerônimo afirmou que a quantidade de fuzis apreendidos nos primeiro semestre evidencia a fragilidade das fronteiras brasileiras.

“Tem um assunto que revela muito uma preocupação nossa: a quantidade de fuzis. Quarenta e cinco fuzis presos só esse ano. E esses fuzis não são produzidos na Bahia. Então existe uma negociação internacional, mundial, para que essas coisas possam circular.”

O petista diz ter pedido ao presidente Lula e ao ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) ajuda para que “o dinheiro sujo, drogas e as armas não adentrem nossos estados.”

“A Bahia é um estado que tem mais fronteiras com outros estados. Temos fronteira com oito estados. Não é fácil. ‘Você está colocando a culpa no governo federal?’. De forma nenhuma”, continuou.

“O capital investido tanto para o fortalecimento das facções quanto deles com alguns segmentos foi muito rápido. E alguém ainda resolve fazer uma comparação [de como era] há 30, 40 anos. Existe um outro tipo de crime, que não é o mesmo que acontece hoje”, acrescentou Jerônimo.

O governador afirmou que o contingente de mais de mais e 1.000 presos após reconhecimento facial é resultado das ações de inteligência das forças de segurança. “Nós temos feito operações praticamente todos os dias na Bahia. Isso é prova da quantidade de pessoas que estão sendo presas diariamente. Este ano já chegamos a quase 1.300 pessoas presas sem nenhum tiro, sem nenhuma bala”, disse.