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Tarifaço pode gerar prejuízo de até US$ 792 milhões ao setor de suco de laranja nacional

Cálculo é baseado em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e no desempenho da safra encerrada em junho

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras de suco de laranja para os Estados Unidos, prevista para entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º), pode gerar um impacto anual de até US$ 792 milhões (R$ 4,3 bilhões) à cadeia produtiva do setor, segundo a Associação Nacional das Indústrias Exportadoras de Sucos Cítricos (CitrusBR). O cálculo é baseado em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e no desempenho da safra encerrada em 30 de junho.

Se a sobretaxa for confirmada, os tributos pagos globalmente pelo setor — considerando os principais mercados importadores, como EUA, União Europeia, Canadá, Japão e China, além de Reino Unido, Noruega, Suíça e Rússia — devem saltar de US$ 393,6 milhões para US$ 1,3 bilhão por safra.

Na temporada 2024/25, os Estados Unidos foram o segundo maior destino do suco brasileiro, com 41,7% de participação, atrás apenas da Europa. O país importou 307.673 toneladas, cerca de 85 milhões de caixas de 40,8 quilos, gerando US$ 1,31 bilhão em receita.

Atualmente, o Brasil paga uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada para vender aos EUA, o que representou US$ 142,4 milhões na última safra. Com a nova tarifa de 50% — que se soma à alíquota de 10% criada em abril —, o custo total pode atingir US$ 792 milhões.

Mesmo que a sobretaxa substitua a alíquota anterior, o aumento ainda seria expressivo: US$ 635 milhões adicionais por safra, uma alta de 345,8% em relação ao cenário atual, segundo a CitrusBR.