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Preço da carne bovina dispara nos EUA e atinge nível recorde

Alta reflete queda na produção doméstica, tarifas sobre o Brasil e restrições ao gado mexicano

Foto: Reprodução/Pixabay

O preço da carne bovina nos Estados Unidos alcançou em julho o maior patamar da história e já pesa no bolso das famílias. O valor médio chegou a quase R$ 150 por quilo, com alta de 3,3% em um mês e de 9% no acumulado de seis meses, segundo dados oficiais de inflação. A carne moída, base de hambúrgueres, também registrou avanço: subiu 3,9% em julho e acumula alta de 15,3% no semestre, atingindo cerca de R$ 75 por quilo. Especialistas apontam que a tendência é de oferta cada vez mais restrita no mercado interno.

Entre as causas do encarecimento está o impacto das mudanças climáticas, que reduziram o número de animais nos pastos e a produtividade. Em 12 de agosto, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) cortou novamente a estimativa de produção doméstica para 2025, prevendo 25,9 bilhões de libras — 4% a menos do que no início do ano. A política comercial também pesa. O tarifaço aplicado ao Brasil derrubou em quase 2% as importações americanas de carne apenas em julho. Para 2026, a previsão é de queda de 7,5%, o que representa 180 mil toneladas a menos no mercado.

A crise se agravou ainda com a manutenção das restrições ao gado do México, devido à ocorrência da praga NWS (New World Screwworm), conhecida no Brasil como “bicheira do Novo Mundo”. A doença pode matar bois, atingir aves e, em casos raros, infectar seres humanos.